Doença de Chagas e complicações cardíacas

A Doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto popularmente chamado de “barbeiro”. Embora seja uma condição tropical negligenciada por muitos anos, ela continua afetando milhões de pessoas na América Latina, e uma das suas principais e mais graves consequências é no coração.

Então, neste artigo, você vai entender como a Doença de Chagas se manifesta, quais são suas complicações cardíacas, quando buscar ajuda médica e quais são os tratamentos disponíveis.

O que é a Doença de Chagas?

A infecção pelo Trypanosoma cruzi ocorre principalmente por meio da picada do barbeiro, mas também pode ser transmitida por transfusões de sangue contaminado, transplantes de órgãos, da mãe para o bebê ou por ingestão de alimentos contaminados, como a cana de açúcar e o açai, especialmente se prensados

Ela possui duas fases:

  • Fase aguda: geralmente assintomática ou com sintomas leves, como febre, mal-estar e inflamação no local da picada. Muitas vezes, a fase aguda da doença de Chagas mimetiza uma infecção ou virose comum, que passa despercebida pelo paciente e pela família.
  • Fase crônica: pode se manter silenciosa por décadas, mas cerca de 30% e 40% dos pacientes desenvolvem complicações cardíacas graves. Na forma crônica, são 3 as principais formas clínicas: a cardiopatia Chagásica, ou acometimento cardíaco, a forma digestiva – que envolve principalmente o esôfago e o intestino, acometendo cerca de 18% dos pacientes – e a forma mista, que combina as formas cardíaca e digestiva. Existe ainda uma forma denominada de tromboembólica, que ocorre quando o paciente tem a formação e migração de trombos ou coágulos, para órgãos como o cérebro (AVC) e outros órgãos.
  • Quando o paciente não manifestou nenhuma forma clínica até o presente momento, dizemos que o mesmo encontra-se na fase indeterminada da doença.

Doença de Chagas e complicações cardíacas

A forma cardíaca crônica da doença é a principal causa de morbidade e mortalidade entre os pacientes com Doença de Chagas. Assim, as manifestações mais frequentes incluem:

1. Miocardiopatia chagásica

É uma inflamação e degeneração progressiva do músculo cardíaco, que leva à falência da função contrátil. Com o tempo, o coração dilata e se torna incapaz de bombear o sangue adequadamente, sendo esta uma das principais causas de insuficiência cardíaca em países Latino-americanos.

2. Arritmias

Alterações na condução elétrica do coração são comuns. Isto é, podem surgir bradicardias (batimentos lentos), taquicardias ventriculares ou bloqueios atrioventriculares. Isso pode, então, levar a síncopes (desmaios) e até a formas mais graves, como a morte súbita.

3. Insuficiência cardíaca

Com o enfraquecimento do músculo cardíaco, o coração perde sua capacidade de manter a circulação sanguínea adequada, resultando, assim, em cansaço extremo, falta de ar e inchaço nas pernas. Em geral é uma fase tardia da miocardiopatia chagásica, com envolvimento difuso e grave do coração.

4. Tromboembolismo

A presença de áreas com contração cardíaca anormal facilita a formação de coágulos, que podem se desprender e causar acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou embolias pulmonares e para outros órgãos do corpo..

5. Aneurisma de ventrículo esquerdo

É uma deformidade na parede do ventrículo que pode aumentar o risco de ruptura, arritmias e trombose.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Doença de Chagas envolve exames sorológicos para detecção do Trypanosoma cruzi e, em caso de suspeita de complicações cardíacas, é necessário:

  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Ecocardiograma
  • Holter 24h
  • Ressonância magnética cardíaca
  • Teste ergométrico
  • Exames laboratoriais

Tratamento das complicações cardíacas da Doença de Chagas

Embora o tratamento com antiparasitários seja indicado na fase aguda ou em fases iniciais da forma crônica, em pacientes mais jovens, os pacientes com envolvimento cardíaco exigem uma abordagem mais ampla e contínua.

As opções incluem:

  • Medicamentos para insuficiência cardíaca (inibidores da ECA, betabloqueadores, diuréticos)
  • Antiarrítmicos
  • Anticoagulantes (em casos com risco de tromboembolismo)
  • Implante de marcapasso (em casos de bloqueios cardíacos)
  • CDI – cardiodesfibrilador implantável (em casos de risco de morte súbita por arritmias)
  • Transplante cardíaco (em casos graves e refratários ao tratamento clínico)

Quando procurar um cardiologista?

Qualquer pessoa com histórico de Doença de Chagas, mesmo sem sintomas, deve passar por uma avaliação cardiológica periódica. Os sinais de alerta incluem:

  • Palpitações
  • Falta de ar aos esforços
  • Inchaço nas pernas
  • Tonturas ou desmaios
  • Cansaço extremo

O papel da prevenção e acompanhamento

A prevenção da Doença de Chagas está relacionada ao controle do vetor e medidas de vigilância sanitária, além da melhora das condições socioeconômicas e de moradia. Mas, para quem já foi exposto ou diagnosticado, o acompanhamento médico é fundamental para evitar a progressão da doença e minimizar complicações.

Algumas medidas são fundamentais para evitar ou lentificar a progressão para formas mais graves, como a realização seriada do ECG, realização do ecocardiograma quando há sinais clínicos ou alterações importantes ao ECG, realização de monitorização com o Holter para avaliação da frequência e gravidade de arritmias, etc.

Doença de Chagas e o coração: cuidar é preservar a vida

A Doença de Chagas e suas complicações cardíacas exigem atenção constante, especialmente na fase crônica, quando os sintomas podem surgir de forma insidiosa, mas com consequências potencialmente fatais.

Se você já teve contato com o barbeiro, possui histórico familiar ou foi diagnosticado com Doença de Chagas, agende sua avaliação no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Nossa equipe especializada está pronta para oferecer atendimento de excelência, com tecnologia de ponta, diagnóstico preciso e tratamento humanizado.

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Até o próximo! 

Insuficiência mitral: causas e tratamentos

A insuficiência mitral é uma das doenças valvares mais frequentes na prática cardiológica e pode afetar significativamente a qualidade de vida do paciente, além de representar risco à saúde quando não tratada de forma adequada. Assim, ela ocorre quando a válvula mitral não se fecha corretamente, permitindo o refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. O problema pode também acontecer com a válvula mitral estruturalmente normal, na presença de dilatação do ventrículo esquerdo do coração, que não permite o fechamento adequado da válvula. Essa falha no mecanismo valvar compromete o funcionamento eficiente do coração e, com o tempo, pode levar à dilatação das câmaras cardíacas, arritmias e insuficiência cardíaca.

Os sintomas nem sempre aparecem de forma precoce, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, é essencial compreender as causas da insuficiência mitral, identificar seus sinais e saber quando o tratamento clínico é suficiente e quando a cirurgia é necessária.

Neste artigo, você vai entender os principais aspectos dessa condição: o que causa a insuficiência mitral, como ela se manifesta, quais são os exames mais indicados e as opções terapêuticas atualmente disponíveis — incluindo os avanços em técnicas minimamente invasivas.

O que é insuficiência mitral?

A insuficiência mitral é uma das doenças mais comuns que afetam as válvulas cardíacas. Ela ocorre quando a válvula mitral, que separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo, não se fecha completamente, permitindo, então, o refluxo do sangue no sentido contrário ao fluxo normal. Dessa forma, esse escape sobrecarrega o coração e pode comprometer a circulação sanguínea de maneira significativa ao longo do tempo. Basicamente, ocorre o aumento da pressão em certas câmaras do coração, como o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, o que, por sua vez, pode aumentar as pressões da circulação pulmonar. Isso gera um “aumento do líquido” nos pulmões, e falta de ar progressiva.

O coração tenta compensar esse problema por meio da dilatação do ventrículo esquerdo e do aumento da contração, mas essa adaptação tem limite. Quando não tratada, a insuficiência mitral pode levar à insuficiência cardíaca e à piora progressiva dos sintomas, principalmente falta de ar, fadiga e incapacidade de realizar atividades rotineiras.

Principais causas da insuficiência mitral

As causas da insuficiência mitral podem ser variadas, e compreender sua origem é essencial para determinar o melhor tratamento. A seguir, listamos as causas mais frequentes:

1. Prolapso da válvula mitral

É a causa mais comum em países desenvolvidos. Ocorre quando uma ou ambas as cúspides da válvula se projetam de forma anormal para o átrio esquerdo durante a contração do ventrículo, podendo gerar refluxo de sangue para o átrio. O prolapso da válvula mitral é um achado benigno na maioria das pessoas mas, quando existe uma regurgitação progressiva através da válvula mitral, pode estar havendo uma degeneração progressiva da mesma.

2. Cardiopatia reumática

Doença inflamatória pós-infecciosa, ainda prevalente em países em desenvolvimento, que pode danificar as válvulas cardíacas e provocar estenose ou insuficiência. Então, a Cardiopatia Reumática decorre de uma reação anormal do organismo contra bactérias causadoras de amigdalite (estreptococos), gerando anticorpos que atacam a estrutura das válvulas, por similaridade com algumas moléculas das bactérias. É uma doença de cunho social, que decorre de tratamento inadequado das infecções de garganta, e da falta de prevenção secundária com antibióticos injetáveis (Benzetacil) quando ocorre algum sinal de febre reumática ou doença reumática do coração.

3. Infarto do miocárdio

O infarto pode afetar os músculos papilares e as cordas tendíneas que sustentam a válvula mitral, levando à disfunção súbita ou crônica da válvula.

4. Dilatação do ventrículo esquerdo

Quando o ventrículo se dilata por causa de outras doenças cardíacas, a válvula mitral pode perder sua capacidade de vedação, gerando insuficiência secundária (ou funcional).

5. Endocardite infecciosa

Infecção da válvula que pode causar destruição parcial ou completa da estrutura valvar, resultando em insuficiência aguda grave.

Sintomas da insuficiência mitral

A evolução da insuficiência mitral pode ser silenciosa, especialmente nos estágios iniciais. Com o tempo, os seguintes sintomas podem se manifestar:

  • Falta de ar aos esforços;
  • Cansaço progressivo;
  • Palpitações;
  • Inchaço nas pernas;
  • Tosse noturna e ortopneia (falta de ar ao deitar);
  • Em casos agudos, sintomas semelhantes a edema agudo de pulmão.

Diagnóstico da insuficiência mitral

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e ausculta cardíaca, na qual o médico pode identificar um sopro característico. Exames complementares são fundamentais para confirmar a suspeita:

  • Ecocardiograma transtorácico (principal exame diagnóstico);
  • Ecocardiograma transesofágico, para casos complexos e para visualização mais adequada de certas estruturas do coração;
  • Eletrocardiograma e raio-x de tórax, para avaliar repercussões;
  • Ressonância magnética cardíaca, quando necessário;
  • Cateterismo cardíaco, em casos de cirurgia programada e para a resolução de dúvidas entre o exame clínico e outros exames complementares, como o ecocardiograma.

Quando a insuficiência mitral exige tratamento?

Nem todos os casos precisam de intervenção imediata. O tratamento depende da gravidade da insuficiência mitral, dos sintomas e da função ventricular.

Tratamento clínico

É indicado nos casos leves ou em pacientes que ainda não apresentam sintomas. Pode incluir:

  • Diuréticos (para aliviar a congestão);
  • Vasodilatadores;
  • Betabloqueadores;
  • Tratamento das causas associadas, como hipertensão ou fibrilação atrial.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia está indicada nos seguintes cenários:

  • Insuficiência mitral moderada ou grave com sintomas;
  • Comprometimento progressivo da função do ventrículo esquerdo;
  • Refluxo importante com dilatação ventricular;
  • Casos agudos com instabilidade clínica.
  • Aumento documentado das pressões da circulação dos pulmões, ou surgimento de arritmias – especialmente a fibrilação atrial – decorrentes da sobrecarga causada pela insuficiência mitral.

A cirurgia pode ser feita por:

  • Reparo cirúrgico da válvula mitral (preferido sempre que possível);
  • Troca valvar, com prótese biológica ou mecânica, quando o reparo não é viável.
  • Reparo transcateter da válvula mitral (clipagem da valva mitral), quando não há condições clínicas adequadas para o procedimento cirúrgico, ou em caso de regurgitação mitral funcional (secundária à disfunção do ventrículo esquerdo).

Técnicas modernas: válvula mitral por cateter

Nos últimos anos, surgiram alternativas menos invasivas para o tratamento da insuficiência mitral, como o implante de clip mitral (MitraClip® ou Pascal®), especialmente indicado para pacientes com risco cirúrgico elevado, ou em casos de insuficiência mitral secundária à dilatação grave do ventrículo esquerdo (insuficiência cardíaca), quando o paciente permanece sintomático apesar do tratamento clínico adequado e otimizado. Esse procedimento é realizado por cateterismo, sem necessidade de cirurgia aberta, e tem mostrado bons resultados em centros especializados.

Monitoramento e acompanhamento

Após o diagnóstico, é fundamental o acompanhamento regular com cardiologista, mesmo nos casos que não exigem cirurgia imediata, porque o controle rigoroso dos fatores de risco, como hipertensão, arritmias e doenças coronarianas, ajuda a retardar a progressão da insuficiência mitral.

Um olhar para o futuro

Avanços em imagem cardíaca, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e terapias por cateter vêm revolucionando o tratamento da insuficiência mitral, pois, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível manter boa qualidade de vida e evitar complicações graves.

Neste cenário, é importante manter o acompanhamento com seu cardiologista, que irá solicitar exames seriados, com intervalos adequados à sua condição clínica e ao estágio da insuficiência mitral, indicando o tratamento no momento apropriado, antes que sequelas graves se instalem.


Insuficiência mitral exige diagnóstico e tratamento precisos

A insuficiência mitral é uma condição que pode evoluir de forma silenciosa, mas trazer impactos significativos à saúde cardíaca se não for tratada adequadamente. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado fazem toda a diferença no prognóstico do paciente.

Então, se você apresenta sintomas como cansaço excessivo, falta de ar ou possui histórico familiar de doenças valvares, agende uma consulta no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Afinal, nossa equipe é referência em cardiologia, com profissionais experientes, estrutura de ponta e abordagem humanizada em cada atendimento.

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Até a próxima leitura!

Infarto em jovens: riscos ignorados e como prevenir

O infarto em jovens deixou de ser raro. Afinal, cada vez mais, pessoas com menos de 45 anos têm sido diagnosticadas com infarto agudo do miocárdio, muitas vezes sem apresentar sintomas clássicos. Isso revela um cenário preocupante: fatores de risco silenciosos estão sendo negligenciados, e os sinais e sintomas muitas vezes são ignorados ou pouco valorizados em pacientes mais jovens.

Então, neste artigo, você vai entender por que o infarto em jovens está aumentando, quais fatores contribuem para isso e como prevenir esse problema de forma eficaz, com base nas mais recentes evidências científicas.

O que é infarto agudo do miocárdio?

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando uma ou mais artérias coronárias são obstruídas, interrompendo completamente ou quase completamente o fluxo de sangue ao músculo cardíaco. Na maior parte das vezes, existe uma placa de ateroma (gordura) em uma ou mais artérias do coração, sobre a qual se forma um coágulo, ocluindo assim o fluxo sanguíneo. Sem oxigênio, desta forma, parte do coração sofre lesão irreversível.

Assim, tradicionalmente associado a idosos, o infarto hoje preocupa também faixas etárias mais jovens, muitas vezes com quadros graves e inesperados.

Infarto em jovens: por que está aumentando?

Estudos apontam um crescimento preocupante dos casos de infarto em jovens nas últimas décadas. Esse fenômeno tem múltiplas causas, com destaque para mudanças no estilo de vida e fatores ambientais.

Entre os principais fatores de risco para infarto em jovens estão:

  • Tabagismo ativo ou passivo
  • Sedentarismo e obesidade
  • Estresse crônico e distúrbios emocionais
  • Uso de anabolizantes ou drogas ilícitas
  • Hipertensão arterial precoce
  • Colesterol elevado desde a adolescência
  • Histórico familiar de doença cardiovascular precoce
  • Alimentação inadequada

Além disso, o diagnóstico tardio é um problema. Muitas vezes, os sintomas são ignorados ou confundidos com ansiedade, dor muscular ou desconfortos inespecíficos. Além disso, boa parte das idas aos pronto-socorros são motivadas pelos sintomas de dor torácica e dispnéia, que muitas vezes dificultam o diagnóstico, especialmente em indivíduos jovens e sem muitos fatores de risco.

Os sinais do infarto em jovens

Os sintomas do infarto em jovens podem ser atípicos, o que dificulta o diagnóstico. Mesmo assim, alguns sinais de alerta merecem atenção:

  • Dor ou pressão no peito (mesmo que leve), com possível irradiação para os braços, região do estômago e até mesmo pescoço e arcada dentária
  • Fadiga intensa e repentina
  • Falta de ar, mesmo em repouso
  • Palpitações e tontura, associados a palidez
  • Náuseas ou suor excessivo sem causa aparente

A qualquer sinal suspeito, é essencial procurar atendimento médico imediatamente, pois o tempo é crucial para evitar danos maiores ao coração. Dessa forma, no pronto atendimento, a equipe médica poderá realizar imediatamente exames rápidos e simples, como o ECG e as dosagens sanguíneas de marcadores cardíacos, que permitem o diagnóstico e tratamento rápido.

Como prevenir o infarto em jovens?

A boa notícia é que grande parte dos casos pode ser prevenida com medidas simples e eficazes:

1. Mantenha hábitos saudáveis
Alimente-se bem, evite alimentos ultraprocessados, pratique atividade física regularmente e durma bem. Busque um peso adequado, com índice de massa corporal de até 25 Kg/m2.

2. Faça check-ups periódicos
Avalie pressão arterial, colesterol, glicemia e outros indicadores importantes, além de um exame clínico completo e detalhado, mesmo sem sintomas.

3. Cuide da saúde emocional
O estresse crônico, ansiedade e depressão aumentam o risco de doenças cardíacas.

4. Abandone o cigarro e evite álcool em excesso
Esses fatores elevam drasticamente o risco cardiovascular.

5. Converse com seu cardiologista sobre histórico familiar
Doenças cardíacas hereditárias exigem vigilância precoce.


Infarto em jovens exige atenção e ação precoce!

Ignorar os riscos do infarto em jovens é um erro com consequências graves. Prevenir é sempre o melhor caminho, e isso começa com informação, cuidado e acompanhamento médico.

Se você tem histórico familiar, sintomas suspeitos ou deseja saber como anda a saúde do seu coração, agende uma consulta no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Nossa equipe está pronta para cuidar de você com excelência, tecnologia e acolhimento. O Hospital Madre Teresa é pioneiro em Belo Horizonte no desenvolvimento de protocolos de atendimento à Dor Torácica, e de fluxos assistenciais rápidos e eficientes para pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio. Além disso, também somos pioneiros em Hemodinâmica, contando com equipe altamente qualificada e equipamentos da mais alta tecnologia para tratamento do infarto e suas complicações.

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Até o próximo! 

Estenose aórtica: quando operar e como tratar?

Quando operar e como tratar a estenose aórtica é uma pergunta fundamental no cuidado de pacientes com doenças cardíacas valvares. A estenose aórtica ocorre quando a válvula aórtica do coração se torna estreita, dificultando a passagem do sangue do coração para o restante do corpo. É uma condição que afeta, principalmente, pessoas idosas e pode evoluir de forma silenciosa por muitos anos.

Quando os sintomas aparecem — como falta de ar, dor no peito e desmaios — o risco de complicações graves, como insuficiência cardíaca e morte súbita, aumenta consideravelmente. Por isso, identificar precocemente a doença e saber quando operar a estenose aórtica faz toda a diferença no prognóstico.

Neste artigo, você vai entender o que é a estenose aórtica, quais são os sinais de alerta, quando o tratamento clínico é suficiente e em que momento a cirurgia se torna necessária.

O que é estenose aórtica?

A estenose aórtica ocorre quando a válvula aórtica, que controla a saída de sangue do coração para o corpo (para a artéria aorta), sofre um estreitamento progressivo. Isso dificulta a passagem do sangue, obrigando o coração a trabalhar com mais força.

Com o tempo, essa sobrecarga leva ao aumento do músculo cardíaco e, posteriormente, à insuficiência cardíaca. O coração se dilata, perde sua força de contração, e com isso há uma rápida piora dos sintomas.

Causas da estenose aórtica

As causas mais comuns da estenose aórtica são:

  • Degeneração pelo envelhecimento: mais comum após os 60 anos. Em geral, os fatores de risco cardiovasculares (hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo, obesidade) são também fatores de risco para o desenvolvimento da estenose aórtica.
  • Doença reumática: sequela de febre reumática, geralmente em pessoas mais jovens.
  • Válvula aórtica bicúspide: defeito congênito que acelera o desgaste da válvula.

Sintomas da estenose aórtica

Nos estágios iniciais, a estenose aórtica pode ser assintomática. Mas, com a progressão, os sintomas aparecem e representam sinais de alerta graves.

Principais sintomas:

  • Falta de ar, principalmente aos esforços
  • Dor no peito (angina)
  • Tontura ou desmaios (síncope), especialmente durante atividades físicas
  • Cansaço excessivo
  • Palpitações
  • Dificuldade ou limitações físicas (cansaço, fadiga) para realizar atividades até então rotineiras.

Se não tratada após o início dos sintomas, a estenose aórtica pode levar à morte em poucos anos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com a avaliação clínica e a ausculta cardíaca, na qual o médico identifica um sopro típico.

 Exames que confirmam a estenose aórtica:

  • Ecocardiograma: exame principal, que avalia a gravidade do estreitamento.
  • Eletrocardiograma: detecta sinais de sobrecarga no coração.
  • Raio-X de tórax: observa aumento do coração e sinais de congestão pulmonar.
  • Cateterismo cardíaco: usado em casos específicos para avaliação detalhada das artérias e da válvula, além do planejamento das intervenções valvares.
  • Angiotomografia da aorta: auxilia nas medições exatas da valva aórtica e da própria aorta, auxiliando no planejamento do procedimento para tratamento da estenose aórtica.

Quando operar a estenose aórtica?

A indicação cirúrgica depende da gravidade e da presença de sintomas.

Indicação clara para operar:

  • Estenose aórtica grave com sintomas (falta de ar, dor no peito, síncope).
  • Estenose grave assintomática, mas com disfunção do ventrículo esquerdo (piora da função de bomba do coração, pela sobrecarga causada pela válvula).
  • Pacientes assintomáticos, porém com teste ergométrico alterado ou queda da fração de ejeção.
  • Mesmo em pacientes assintomáticos, mas com estenose crítica (muito grave) da válvula, a cirurgia pode ser considerada, em discussão com o Cardiologista.

O risco de não operar um paciente sintomático é altíssimo. A mortalidade pode ultrapassar 50% em 2 a 3 anos após o surgimento dos sintomas.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Tratamento clínico

  • Indicado para estenose leve ou moderada, sem sintomas.
  • Envolve o controle da pressão arterial, colesterol e outros fatores de risco, além de acompanhamento clínico regular.

 Intervenções cirúrgicas:

Implante de válvula por cateter (TAVI)

  • Procedimento minimamente invasivo, sendo a tecnologia mais moderna e em constante desenvolvimento para tratamento da estenose aórtica.
  • Indicado para pacientes idosos ou de alto risco cirúrgico. Atualmente, vários estudos apontam para a possibilidade de utilização da TAVI, num futuro próximo, em pacientes idosos de risco operatório intermediário ou até mesmo baixo.
  • Recuperação mais rápida e menos complicações.

? Cirurgia de troca valvar convencional (aberta)

  • Realizada com abertura do tórax e circulação extracorpórea.
  • Substitui a válvula doente por uma prótese (biológica ou mecânica).
  • Opção preferencial para pacientes mais jovens ou de baixo risco cirúrgico.

Estenose aórtica tem cura?

Sim. A cura da estenose aórtica ocorre por meio da substituição da válvula comprometida, seja por cirurgia aberta ou pelo procedimento via cateter (TAVI).

Após o tratamento, os pacientes costumam recuperar qualidade de vida, voltando às atividades com segurança.

Cuidar da estenose aórtica salva vidas

A estenose aórtica é uma doença progressiva e potencialmente fatal quando não tratada. O acompanhamento com cardiologista é essencial para monitorar a evolução e indicar o momento certo da cirurgia.

O Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece diagnóstico de excelência, equipe especializada e os tratamentos mais modernos, incluindo TAVI e cirurgia de troca valvar.

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Até o próximo!

Foco na Insuficiência Cardíaca | HFpEF: Onde Estamos em 2025

A incidência e a prevalência da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) estão aumentando, juntamente com o envelhecimento da população e o aumento contínuo de fatores de risco como hipertensão, diabetes e obesidade. O diagnóstico de ICFEp tem sido aprimorado ao longo do tempo, utilizando algoritmos diagnósticos mais sensíveis e específicos, que levaram a um diagnóstico mais precoce. Além disso, nossas terapias médicas e com dispositivos para ICFEp se expandiram ao longo dos anos e agora incluem diversos tratamentos com benefícios clínicos, e mais estão em desenvolvimento.

Marcapasso ou CDI? Quando cada um é indicado

O avanço da medicina cardiovascular trouxe dispositivos capazes de salvar vidas e melhorar muito a qualidade de vida de pessoas com problemas cardíacos. Assim, entre esses dispositivos, dois geram bastante dúvida: marcapasso e CDI (cardiodesfibrilador implantável).

Apesar de ambos serem aparelhos implantáveis que atuam diretamente no coração, marcapasso ou CDI, saber quando cada um é indicado ainda gera muitas dúvidas. Esses dispositivos têm funções, indicações e objetivos diferentes. Entender essas diferenças é essencial para que pacientes, familiares e até profissionais de saúde saibam quando cada um é necessário.

Então, neste artigo, você entenderá de forma clara e objetiva as diferenças entre marcapasso e CDI, suas indicações e como eles atuam na proteção da saúde cardíaca.

O que é e para que serve o marcapasso?

O marcapasso é um dispositivo eletrônico implantado sob a pele, geralmente na região do tórax, que emite pequenos impulsos elétricos para o coração. Isto é, sua principal função é corrigir batimentos cardíacos lentos ou irregulares.

Quando o coração bate mais devagar do que deveria (bradicardia) ou faz longas pausas, o marcapasso entra em ação para garantir um ritmo adequado, protegendo contra desmaios, tonturas e até morte súbita. Mais recentemente, marcapassos miniaturizados foram desenvolvidos para situações especiais, e estes dispositivos ficam apenas dentro do coração, sem um gerador externo implantado sob a pele.

Quando o marcapasso é indicado?

  • Bradicardia persistente: quando o coração bate muito devagar.
  • Bloqueios atrioventriculares: falhas na condução elétrica entre as câmaras do coração.
  • Síndrome do nó sinusal: mau funcionamento do marcapasso natural do coração.
  • Pausas cardíacas: quando o coração faz paradas momentâneas perigosas.
  • Algumas doenças degenerativas do sistema elétrico do coração.

O que é e para que serve o CDI?

O CDI (Cardiodesfibrilador Implantável) é um dispositivo semelhante ao marcapasso, mas com uma função muito mais poderosa: ele detecta e trata arritmias cardíacas graves, que podem levar à morte súbita.

Se o coração começa a bater muito rápido e de forma desordenada, como na taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, o CDI libera um choque elétrico que restabelece o ritmo normal e salva a vida do paciente imediatamente. O dispositivo é uma das estratégias com maior impacto sobre a mortalidade de pacientes com cardiopatias graves, especialmente a insuficiência cardíaca decorrente de isquemia do coração (infarto, angina, etc.).

Além disso, o CDI também pode funcionar como marcapasso quando o coração apresenta bradicardia.

Quando o CDI é indicado?

  • Histórico de parada cardíaca recuperada.
  • Taquicardia ventricular sustentada (TVS).
  • Fibrilação ventricular.
  • Miocardiopatia dilatada, isquêmica ou não isquêmica, com fração de ejeção baixa (<35%).
  • Alto risco de morte súbita por arritmias ventriculares malignas.
  • Síndromes genéticas, como síndrome do QT longo, síndrome de Brugada ou displasia arritmogênica do ventrículo direito.

Diferenças entre marcapasso e CDI: entenda de forma simples

CaracterísticaMarcapassoCDI
Função principalCorrige batimentos lentos (bradicardia)Trata arritmias graves (taquicardias, FV)
Atua em Ritmos lentos e pausasRitmos rápidos e perigosos
Oferece choque?NãoSim, quando necessário
Também funciona como marcapasso? NãoSim, se houver bradicardia
ObjetivoManter frequência adequadaPrevenir morte súbita por arritmias graves
Indicação principalBloqueios, pausas, bradicardiasTaquicardias ventriculares, FV, alto risco

Quais exames definem a indicação?

A decisão entre implantar um marcapasso ou um CDI envolve uma avaliação rigorosa feita pelo cardiologista ou eletrofisiologista. Os exames mais comuns para essa decisão são:

  • Eletrocardiograma (ECG) – avalia o ritmo do coração.
  • Holter 24h – monitora o ritmo cardíaco durante um dia inteiro, avaliando a ocorrência de arritmias muitas vezes não detectáveis com o simples exame clínico ou o ECG de repouso.
  • Estudo eletrofisiológico (EEF) – estuda o sistema elétrico do coração de forma invasiva e, com a estimulação por cateteres, tenta-se detectar e desencadear arritmias potencialmente graves.
  • Ecocardiograma – avalia a estrutura e função do coração, através de um ultrassom com alta definição.
  • Ressonância cardíaca – fornece imagens detalhadas do músculo cardíaco, além de avaliar a sua função como bomba (dos ventrículos), a dinâmica das válvulas e processos de inflamação e fibrose, que pode aumentar o risco de arritmias.
  • Testes genéticos e de estratificação de risco, principalmente em casos de doenças hereditárias.

Marcapasso ou CDI: o que muda após a implantação?

Tanto o marcapasso quanto o CDI são dispositivos modernos, pequenos e seguros. Após a implantação, o paciente volta a ter uma vida praticamente normal, com algumas recomendações:

  • Evitar campos magnéticos muito fortes.
  • Informar que possui o dispositivo em consultas, aeroportos e emergências.
  • Fazer acompanhamento regular com o cardiologista.
  • Realizar telemonitoramento, quando disponível.

O CDI, em especial, pode gerar ansiedade por conta dos choques, que são desconfortáveis, mas vitais. O uso rigoroso de medicamentos e as mudanças no estilo de vida ajudam a minimizar ou até mesmo evitar esses episódios Além disso, o tratamento por cateter (ablação) pode reduzir a quantidade de arritmias, mesmo naqueles pacientes portadores do CDI. Parte do acompanhamento após o implante deste tipo de dispositivo envolve também suporte psicológico quando necessário.

Cuidar do coração é proteger sua vida

Identificar a indicação do marcapasso ou CDI ajuda a prevenir complicações graves, como síncopes, insuficiência cardíaca e até morte súbita.

Se você tem alterações no ritmo cardíaco ou fatores de risco para arritmias, procure o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Especialistas da nossa equipe diagnosticam, acompanham e realizam implantes de dispositivos cardíacos com tecnologia de ponta e cuidado humanizado

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Arteriosclerose e aterosclerose: entenda as diferenças

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte no mundo, e entender as condições que afetam as artérias é essencial para prevenir complicações graves. Dois termos frequentemente confundidos são arteriosclerose e aterosclerose. Embora estejam relacionados e afetem os vasos sanguíneos, eles têm diferenças importantes que influenciam o diagnóstico e o tratamento.

Neste artigo, vamos explicar as diferenças entre arteriosclerose e aterosclerose, como elas se desenvolvem e quais são os tratamentos mais adequados para cada condição.

Arteriosclerose vs. aterosclerose: diferenças e tratamentos adequados

O que é arteriosclerose?

A arteriosclerose é um termo genérico usado para descrever o endurecimento e espessamento das paredes das artérias. Assim, esse processo ocorre naturalmente com o envelhecimento, mas pode ser acelerado por fatores como pressão alta, tabagismo e colesterol elevado. Muitas vezes, a arteriosclerose pode acelerar processos, como o desenvolvimento e piora da hipertensão, e da própria aterosclerose, dentre outros.

Com o tempo, as artérias perdem a elasticidade, tornando-se mais rígidas e estreitas, o que dificulta o fluxo sanguíneo adequado para os órgãos e tecidos do corpo. Esse processo aumenta o risco de problemas cardiovasculares, especialmente em pessoas idosas.

A arteriosclerose pode afetar qualquer artéria do corpo, mas é mais comum nas artérias coronárias (que levam sangue ao coração), cerebrais (que alimentam o cérebro) e periféricas (que irrigam os membros).

O que é aterosclerose?

A aterosclerose é um tipo específico de arteriosclerose caracterizado pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol, cálcio e outras substâncias nas paredes das artérias. Esse acúmulo forma depósitos chamados placas ateroscleróticas, que podem restringir o fluxo sanguíneo ou até bloqueá-lo completamente. As placas ateroscleróticas têm diferentes conteúdos, como principalmente lipídios (gorduras), células inflamatórias e tecido conjuntivo, e podem ser mais ou menos suscetíveis à ruptura (e consequentemente complicações como o infarto e o AVC) dependendo de sua constituição e estabilidade. Além de promoverem a formação da aterosclerose, os fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo, etc.) podem também contribuir para a instabilização das placas de aterosclerose, levando a eventos mais graves.

A aterosclerose é uma condição progressiva que se desenvolve ao longo de muitos anos. É a principal causa de várias doenças cardiovasculares, incluindo:

  • Doença arterial coronariana (DAC) – quando as placas afetam as artérias que irrigam o coração.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) – quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido.
  • Doença arterial periférica (DAP) – quando ocorre obstrução em artérias dos membros inferiores.

Essa condição é mais perigosa do que a arteriosclerose em si porque as placas podem se romper, e neste processo de instabilização formam-se coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo de forma súbita, levando a infartos e AVCs.

Diferenças entre arteriosclerose e aterosclerose

Embora ambos os termos se refiram a problemas nas artérias, existem diferenças importantes entre eles:

CaracterísticaArterioscleroseAterosclerose
DefiniçãoEndurecimento e espessamento das paredes arteriais.Acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias.
Causa principalEnvelhecimento natural, hipertensão e tabagismo.Colesterol alto, hipertensão, tabagismo, diabetes.
Tipos afetadosTodas as artérias do corpo.Principalmente artérias coronárias, cerebrais e periféricas.
ConsequênciasRedução da elasticidade e fluxo sanguíneo.Obstrução do fluxo sanguíneo, infartos e AVCs.
TratamentoControle de fatores de risco e medicamentos.Mudanças no estilo de vida, medicamentos e procedimentos cirúrgicos.

Principais sintomas e sinais de alerta

Em muitos casos, a arteriosclerose e a aterosclerose podem ser silenciosas, sem sintomas perceptíveis até que a obstrução do fluxo sanguíneo seja significativa. Os principais sinais de alerta incluem:

  • Dor no peito (angina) – quando o coração não recebe sangue suficiente, manifestando principalmente nos momentos de esforço e estresse.
  • Falta de ar – principalmente ao realizar atividades físicas.
  • Fadiga e tontura – devido à falta de oxigenação adequada.
  • Dor nas pernas ou nos braços – geralmente associada à doença arterial periférica.
  • Dificuldade para falar ou movimentar partes do corpo – que pode indicar um AVC, uma condição de extrema gravidade.

Se você apresentar algum desses sintomas, é essencial procurar ajuda médica imediatamente para uma avaliação detalhada.

Diagnóstico e exames recomendados

O diagnóstico de arteriosclerose e aterosclerose envolve uma série de exames clínicos e laboratoriais para avaliar o fluxo sanguíneo e a saúde das artérias. Então, os principais exames incluem:

  • Eletrocardiograma (ECG) – Avalia a atividade elétrica do coração.
  • Teste ergométrico (teste de esforço) – Monitora o funcionamento cardíaco durante exercícios.
  • Cintilografia miocárdica – avalia a perfusão (fluxo de sangue) no coração, através da difusão de medicamentos radioativos que indicam regiões onde possam haver obstruções das artérias coronárias.
  • Ecocardiograma – Permite visualizar a estrutura e o funcionamento do coração.
  • Angiotomografia coronariana – Detecta obstruções nas artérias.
  • Ultrassom Doppler – Avalia o fluxo sanguíneo em artérias periféricas.
  • Exames de sangue – Identificam níveis elevados de colesterol e marcadores inflamatórios.
  • Cateterismo cardíaco – é o método padrão para a identificação das placas de aterosclerose nas coronárias, através de uma punção e introdução de um cateter que injeta contraste nestas artérias, que são filmadas através de raio-X.
  • Arteriografias – exames parecidos com o cateterismo, mas que buscam avaliar obstruções e outras artérias fora do coração, como as carótidas, artérias dos membros inferiores e do sistema digestivo.

Esses exames ajudam os médicos a identificar precocemente as condições e recomendar tratamentos apropriados.

Tratamentos adequados para arteriosclerose e aterosclerose

O tratamento dessas condições envolve mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e, quando necessário, procedimentos cirúrgicos.

Mudanças no estilo de vida:

  • Alimentação saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas.
  • Prática regular de exercícios físicos.
  • Controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e glicemia.
  • Parar de fumar e evitar o consumo excessivo de álcool.

Medicamentos:

  • Estatinas para controlar o colesterol.
  • Anticoagulantes e antiplaquetários para prevenir a formação de coágulos.
  • Betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio para reduzir a pressão arterial.

Procedimentos médicos:

  • Angioplastia coronária – Inserção de stents para desobstruir artérias bloqueadas.
  • Cirurgia de revascularização miocárdica (pontes de safena ou mamária) – Desvia o fluxo sanguíneo ao redor das artérias bloqueadas.

Cuidar das artérias é fundamental para evitar complicações

A arteriosclerose e a aterosclerose podem ser prevenidas e tratadas quando diagnosticadas precocemente. Desse modo, manter hábitos saudáveis e consultar regularmente um cardiologista são passos essenciais para evitar complicações graves.

Se você apresenta fatores de risco ou sintomas relacionados a essas condições, o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece atendimento especializado e exames avançados para o diagnóstico e tratamento. Agende sua consulta pelo site e cuide da saúde do seu coração com quem entende do assunto.

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Papel do Antagonista Mineralocorticoide Finerenona na HFpEF: O Estudo FINEARTS-HF

Walter Rabelo
Email:
wrabelo@cardiol.br

A seguir estão os principais pontos a serem lembrados do FINEARTS-HF (Finerenone Trial to Investigate Efficacy and Safety Superior to Placebo in Patients with Heart Failure):

  1. O FINEARTS-HF foi o primeiro estudo internacional, multicêntrico, de grupos paralelos, baseado em eventos, duplo-cego, randomizado, para avaliar a eficácia da finerenona em pacientes com fração de ejeção (FE) >40%. 1
  2. O estudo demonstrou uma redução no risco do desfecho primário composto de eventos totais de piora de insuficiência cardíaca (IC) e morte por causas cardiovasculares (CV) em 16% (razão de taxa, 0,84; intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,74-0,95; p = 0,007). O benefício foi impulsionado por uma redução em eventos de piora de IC, sem evidência de redução na mortalidade CV.
  3. O desfecho primário foi alcançado principalmente pela redução na hospitalização por agravamento da IC (razão de taxas, 0,82; IC de 95%, 0,71-0,94; p = 0,006). A morte por causas CV não foi estatisticamente significativa (razão de risco, 0,93; IC de 95%, 0,78-1,11). Essa tendência foi observada em todos os ensaios recentes em IC com FE levemente reduzida e preservada. 2
  4. Não houve diferenças ou interações entre os diferentes subgrupos, mesmo em pacientes com tratamento com cotransportador de sódio-glicose-2 e intervalo de EF. O ensaio também incluiu até 5% de pacientes com IC com EF recuperada.
  5. O principal evento adverso no grupo finerenona foi pressão arterial sistólica <100 mm Hg (18,5% vs. 12,4%); a variação média da pressão sistólica foi de 3,2 mm Hg.
  6. A hipercalemia foi mais frequente no grupo finerenona (9,7% vs. 4,2%), com muito poucos eventos graves devido a alterações de potássio. Essa incidência de hipercalemia é quase metade da incidência nos dados do estudo TOPCAT (Treatment of Preserved Cardiac Function Heart Failure With an Aldosterone Antagonist) de espironolactona. 3
  7. Houve uma melhora na pontuação total de sintomas do Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City (KCCQ), mas nenhuma alteração na classe funcional da New York Heart Association (NYHA).
  8. Comparado com ensaios anteriores, este ensaio utilizou a dose mais alta de finerenona, atingindo até 40 mg por dia. 3,4
  9. O resultado composto renal não foi alcançado no braço de tratamento ativo, embora esse resultado tenha sido alcançado em um estudo anterior com finerenona. 5 A população no FINEARTS-HF apresentou baixo risco de progressão renal com baixa prevalência de albuminúria.
  10. A finerenona é o primeiro medicamento que atua no sistema renina-angiotensina-aldosterona a demonstrar efeito benéfico nessa população.

Referências

  1. Solomon SD, McMurray JJV, Vaduganathan M, et al.; Comitês e Investigadores FINEARTS-HF. Finerenona em insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida ou preservada. N Engl J Med 2024;391:1475-85.
  2. Solomon SD, McMurray JJV, Claggett B, et al. Dapagliflozina na insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida ou preservada. N Engl J Med 2022;387:1089-98.
  3. Filippatos G, Anker SD, Agarwal R, et al.; Investigadores FIDELIO-DKD. Finerenona e resultados cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica e diabetes tipo 2. Circulation 2021;143:540-52.
  4. Pitt B, Pfeffer MA, Assmann SF, et al.; TOPCAT Investigators. Espironolactona para insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. N Engl J Med 2014;370:1383-92.
  5. Agarwal R, Filippatos G, Pitt B, et al.; Investigadores FIDELIO-DKD e FIGARO-DKD. Resultados cardiovasculares e renais com finerenona em pacientes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica: a análise agrupada FIDELITY. Eur Heart J 2022;43:474-84.