Estenose aórtica: quando operar e como tratar?

Quando operar e como tratar a estenose aórtica é uma pergunta fundamental no cuidado de pacientes com doenças cardíacas valvares. A estenose aórtica ocorre quando a válvula aórtica do coração se torna estreita, dificultando a passagem do sangue do coração para o restante do corpo. É uma condição que afeta, principalmente, pessoas idosas e pode evoluir de forma silenciosa por muitos anos.

Quando os sintomas aparecem — como falta de ar, dor no peito e desmaios — o risco de complicações graves, como insuficiência cardíaca e morte súbita, aumenta consideravelmente. Por isso, identificar precocemente a doença e saber quando operar a estenose aórtica faz toda a diferença no prognóstico.

Neste artigo, você vai entender o que é a estenose aórtica, quais são os sinais de alerta, quando o tratamento clínico é suficiente e em que momento a cirurgia se torna necessária.

O que é estenose aórtica?

A estenose aórtica ocorre quando a válvula aórtica, que controla a saída de sangue do coração para o corpo (para a artéria aorta), sofre um estreitamento progressivo. Isso dificulta a passagem do sangue, obrigando o coração a trabalhar com mais força.

Com o tempo, essa sobrecarga leva ao aumento do músculo cardíaco e, posteriormente, à insuficiência cardíaca. O coração se dilata, perde sua força de contração, e com isso há uma rápida piora dos sintomas.

Causas da estenose aórtica

As causas mais comuns da estenose aórtica são:

  • Degeneração pelo envelhecimento: mais comum após os 60 anos. Em geral, os fatores de risco cardiovasculares (hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo, obesidade) são também fatores de risco para o desenvolvimento da estenose aórtica.
  • Doença reumática: sequela de febre reumática, geralmente em pessoas mais jovens.
  • Válvula aórtica bicúspide: defeito congênito que acelera o desgaste da válvula.

Sintomas da estenose aórtica

Nos estágios iniciais, a estenose aórtica pode ser assintomática. Mas, com a progressão, os sintomas aparecem e representam sinais de alerta graves.

Principais sintomas:

  • Falta de ar, principalmente aos esforços
  • Dor no peito (angina)
  • Tontura ou desmaios (síncope), especialmente durante atividades físicas
  • Cansaço excessivo
  • Palpitações
  • Dificuldade ou limitações físicas (cansaço, fadiga) para realizar atividades até então rotineiras.

Se não tratada após o início dos sintomas, a estenose aórtica pode levar à morte em poucos anos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com a avaliação clínica e a ausculta cardíaca, na qual o médico identifica um sopro típico.

 Exames que confirmam a estenose aórtica:

  • Ecocardiograma: exame principal, que avalia a gravidade do estreitamento.
  • Eletrocardiograma: detecta sinais de sobrecarga no coração.
  • Raio-X de tórax: observa aumento do coração e sinais de congestão pulmonar.
  • Cateterismo cardíaco: usado em casos específicos para avaliação detalhada das artérias e da válvula, além do planejamento das intervenções valvares.
  • Angiotomografia da aorta: auxilia nas medições exatas da valva aórtica e da própria aorta, auxiliando no planejamento do procedimento para tratamento da estenose aórtica.

Quando operar a estenose aórtica?

A indicação cirúrgica depende da gravidade e da presença de sintomas.

Indicação clara para operar:

  • Estenose aórtica grave com sintomas (falta de ar, dor no peito, síncope).
  • Estenose grave assintomática, mas com disfunção do ventrículo esquerdo (piora da função de bomba do coração, pela sobrecarga causada pela válvula).
  • Pacientes assintomáticos, porém com teste ergométrico alterado ou queda da fração de ejeção.
  • Mesmo em pacientes assintomáticos, mas com estenose crítica (muito grave) da válvula, a cirurgia pode ser considerada, em discussão com o Cardiologista.

O risco de não operar um paciente sintomático é altíssimo. A mortalidade pode ultrapassar 50% em 2 a 3 anos após o surgimento dos sintomas.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Tratamento clínico

  • Indicado para estenose leve ou moderada, sem sintomas.
  • Envolve o controle da pressão arterial, colesterol e outros fatores de risco, além de acompanhamento clínico regular.

 Intervenções cirúrgicas:

Implante de válvula por cateter (TAVI)

  • Procedimento minimamente invasivo, sendo a tecnologia mais moderna e em constante desenvolvimento para tratamento da estenose aórtica.
  • Indicado para pacientes idosos ou de alto risco cirúrgico. Atualmente, vários estudos apontam para a possibilidade de utilização da TAVI, num futuro próximo, em pacientes idosos de risco operatório intermediário ou até mesmo baixo.
  • Recuperação mais rápida e menos complicações.

? Cirurgia de troca valvar convencional (aberta)

  • Realizada com abertura do tórax e circulação extracorpórea.
  • Substitui a válvula doente por uma prótese (biológica ou mecânica).
  • Opção preferencial para pacientes mais jovens ou de baixo risco cirúrgico.

Estenose aórtica tem cura?

Sim. A cura da estenose aórtica ocorre por meio da substituição da válvula comprometida, seja por cirurgia aberta ou pelo procedimento via cateter (TAVI).

Após o tratamento, os pacientes costumam recuperar qualidade de vida, voltando às atividades com segurança.

Cuidar da estenose aórtica salva vidas

A estenose aórtica é uma doença progressiva e potencialmente fatal quando não tratada. O acompanhamento com cardiologista é essencial para monitorar a evolução e indicar o momento certo da cirurgia.

O Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece diagnóstico de excelência, equipe especializada e os tratamentos mais modernos, incluindo TAVI e cirurgia de troca valvar.

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