Doença de Chagas e complicações cardíacas

A Doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto popularmente chamado de “barbeiro”. Embora seja uma condição tropical negligenciada por muitos anos, ela continua afetando milhões de pessoas na América Latina, e uma das suas principais e mais graves consequências é no coração.

Então, neste artigo, você vai entender como a Doença de Chagas se manifesta, quais são suas complicações cardíacas, quando buscar ajuda médica e quais são os tratamentos disponíveis.

O que é a Doença de Chagas?

A infecção pelo Trypanosoma cruzi ocorre principalmente por meio da picada do barbeiro, mas também pode ser transmitida por transfusões de sangue contaminado, transplantes de órgãos, da mãe para o bebê ou por ingestão de alimentos contaminados, como a cana de açúcar e o açai, especialmente se prensados

Ela possui duas fases:

  • Fase aguda: geralmente assintomática ou com sintomas leves, como febre, mal-estar e inflamação no local da picada. Muitas vezes, a fase aguda da doença de Chagas mimetiza uma infecção ou virose comum, que passa despercebida pelo paciente e pela família.
  • Fase crônica: pode se manter silenciosa por décadas, mas cerca de 30% e 40% dos pacientes desenvolvem complicações cardíacas graves. Na forma crônica, são 3 as principais formas clínicas: a cardiopatia Chagásica, ou acometimento cardíaco, a forma digestiva – que envolve principalmente o esôfago e o intestino, acometendo cerca de 18% dos pacientes – e a forma mista, que combina as formas cardíaca e digestiva. Existe ainda uma forma denominada de tromboembólica, que ocorre quando o paciente tem a formação e migração de trombos ou coágulos, para órgãos como o cérebro (AVC) e outros órgãos.
  • Quando o paciente não manifestou nenhuma forma clínica até o presente momento, dizemos que o mesmo encontra-se na fase indeterminada da doença.

Doença de Chagas e complicações cardíacas

A forma cardíaca crônica da doença é a principal causa de morbidade e mortalidade entre os pacientes com Doença de Chagas. Assim, as manifestações mais frequentes incluem:

1. Miocardiopatia chagásica

É uma inflamação e degeneração progressiva do músculo cardíaco, que leva à falência da função contrátil. Com o tempo, o coração dilata e se torna incapaz de bombear o sangue adequadamente, sendo esta uma das principais causas de insuficiência cardíaca em países Latino-americanos.

2. Arritmias

Alterações na condução elétrica do coração são comuns. Isto é, podem surgir bradicardias (batimentos lentos), taquicardias ventriculares ou bloqueios atrioventriculares. Isso pode, então, levar a síncopes (desmaios) e até a formas mais graves, como a morte súbita.

3. Insuficiência cardíaca

Com o enfraquecimento do músculo cardíaco, o coração perde sua capacidade de manter a circulação sanguínea adequada, resultando, assim, em cansaço extremo, falta de ar e inchaço nas pernas. Em geral é uma fase tardia da miocardiopatia chagásica, com envolvimento difuso e grave do coração.

4. Tromboembolismo

A presença de áreas com contração cardíaca anormal facilita a formação de coágulos, que podem se desprender e causar acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou embolias pulmonares e para outros órgãos do corpo..

5. Aneurisma de ventrículo esquerdo

É uma deformidade na parede do ventrículo que pode aumentar o risco de ruptura, arritmias e trombose.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da Doença de Chagas envolve exames sorológicos para detecção do Trypanosoma cruzi e, em caso de suspeita de complicações cardíacas, é necessário:

  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Ecocardiograma
  • Holter 24h
  • Ressonância magnética cardíaca
  • Teste ergométrico
  • Exames laboratoriais

Tratamento das complicações cardíacas da Doença de Chagas

Embora o tratamento com antiparasitários seja indicado na fase aguda ou em fases iniciais da forma crônica, em pacientes mais jovens, os pacientes com envolvimento cardíaco exigem uma abordagem mais ampla e contínua.

As opções incluem:

  • Medicamentos para insuficiência cardíaca (inibidores da ECA, betabloqueadores, diuréticos)
  • Antiarrítmicos
  • Anticoagulantes (em casos com risco de tromboembolismo)
  • Implante de marcapasso (em casos de bloqueios cardíacos)
  • CDI – cardiodesfibrilador implantável (em casos de risco de morte súbita por arritmias)
  • Transplante cardíaco (em casos graves e refratários ao tratamento clínico)

Quando procurar um cardiologista?

Qualquer pessoa com histórico de Doença de Chagas, mesmo sem sintomas, deve passar por uma avaliação cardiológica periódica. Os sinais de alerta incluem:

  • Palpitações
  • Falta de ar aos esforços
  • Inchaço nas pernas
  • Tonturas ou desmaios
  • Cansaço extremo

O papel da prevenção e acompanhamento

A prevenção da Doença de Chagas está relacionada ao controle do vetor e medidas de vigilância sanitária, além da melhora das condições socioeconômicas e de moradia. Mas, para quem já foi exposto ou diagnosticado, o acompanhamento médico é fundamental para evitar a progressão da doença e minimizar complicações.

Algumas medidas são fundamentais para evitar ou lentificar a progressão para formas mais graves, como a realização seriada do ECG, realização do ecocardiograma quando há sinais clínicos ou alterações importantes ao ECG, realização de monitorização com o Holter para avaliação da frequência e gravidade de arritmias, etc.

Doença de Chagas e o coração: cuidar é preservar a vida

A Doença de Chagas e suas complicações cardíacas exigem atenção constante, especialmente na fase crônica, quando os sintomas podem surgir de forma insidiosa, mas com consequências potencialmente fatais.

Se você já teve contato com o barbeiro, possui histórico familiar ou foi diagnosticado com Doença de Chagas, agende sua avaliação no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Nossa equipe especializada está pronta para oferecer atendimento de excelência, com tecnologia de ponta, diagnóstico preciso e tratamento humanizado.

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Até o próximo! 

Insuficiência mitral: causas e tratamentos

A insuficiência mitral é uma das doenças valvares mais frequentes na prática cardiológica e pode afetar significativamente a qualidade de vida do paciente, além de representar risco à saúde quando não tratada de forma adequada. Assim, ela ocorre quando a válvula mitral não se fecha corretamente, permitindo o refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. O problema pode também acontecer com a válvula mitral estruturalmente normal, na presença de dilatação do ventrículo esquerdo do coração, que não permite o fechamento adequado da válvula. Essa falha no mecanismo valvar compromete o funcionamento eficiente do coração e, com o tempo, pode levar à dilatação das câmaras cardíacas, arritmias e insuficiência cardíaca.

Os sintomas nem sempre aparecem de forma precoce, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, é essencial compreender as causas da insuficiência mitral, identificar seus sinais e saber quando o tratamento clínico é suficiente e quando a cirurgia é necessária.

Neste artigo, você vai entender os principais aspectos dessa condição: o que causa a insuficiência mitral, como ela se manifesta, quais são os exames mais indicados e as opções terapêuticas atualmente disponíveis — incluindo os avanços em técnicas minimamente invasivas.

O que é insuficiência mitral?

A insuficiência mitral é uma das doenças mais comuns que afetam as válvulas cardíacas. Ela ocorre quando a válvula mitral, que separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo, não se fecha completamente, permitindo, então, o refluxo do sangue no sentido contrário ao fluxo normal. Dessa forma, esse escape sobrecarrega o coração e pode comprometer a circulação sanguínea de maneira significativa ao longo do tempo. Basicamente, ocorre o aumento da pressão em certas câmaras do coração, como o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, o que, por sua vez, pode aumentar as pressões da circulação pulmonar. Isso gera um “aumento do líquido” nos pulmões, e falta de ar progressiva.

O coração tenta compensar esse problema por meio da dilatação do ventrículo esquerdo e do aumento da contração, mas essa adaptação tem limite. Quando não tratada, a insuficiência mitral pode levar à insuficiência cardíaca e à piora progressiva dos sintomas, principalmente falta de ar, fadiga e incapacidade de realizar atividades rotineiras.

Principais causas da insuficiência mitral

As causas da insuficiência mitral podem ser variadas, e compreender sua origem é essencial para determinar o melhor tratamento. A seguir, listamos as causas mais frequentes:

1. Prolapso da válvula mitral

É a causa mais comum em países desenvolvidos. Ocorre quando uma ou ambas as cúspides da válvula se projetam de forma anormal para o átrio esquerdo durante a contração do ventrículo, podendo gerar refluxo de sangue para o átrio. O prolapso da válvula mitral é um achado benigno na maioria das pessoas mas, quando existe uma regurgitação progressiva através da válvula mitral, pode estar havendo uma degeneração progressiva da mesma.

2. Cardiopatia reumática

Doença inflamatória pós-infecciosa, ainda prevalente em países em desenvolvimento, que pode danificar as válvulas cardíacas e provocar estenose ou insuficiência. Então, a Cardiopatia Reumática decorre de uma reação anormal do organismo contra bactérias causadoras de amigdalite (estreptococos), gerando anticorpos que atacam a estrutura das válvulas, por similaridade com algumas moléculas das bactérias. É uma doença de cunho social, que decorre de tratamento inadequado das infecções de garganta, e da falta de prevenção secundária com antibióticos injetáveis (Benzetacil) quando ocorre algum sinal de febre reumática ou doença reumática do coração.

3. Infarto do miocárdio

O infarto pode afetar os músculos papilares e as cordas tendíneas que sustentam a válvula mitral, levando à disfunção súbita ou crônica da válvula.

4. Dilatação do ventrículo esquerdo

Quando o ventrículo se dilata por causa de outras doenças cardíacas, a válvula mitral pode perder sua capacidade de vedação, gerando insuficiência secundária (ou funcional).

5. Endocardite infecciosa

Infecção da válvula que pode causar destruição parcial ou completa da estrutura valvar, resultando em insuficiência aguda grave.

Sintomas da insuficiência mitral

A evolução da insuficiência mitral pode ser silenciosa, especialmente nos estágios iniciais. Com o tempo, os seguintes sintomas podem se manifestar:

  • Falta de ar aos esforços;
  • Cansaço progressivo;
  • Palpitações;
  • Inchaço nas pernas;
  • Tosse noturna e ortopneia (falta de ar ao deitar);
  • Em casos agudos, sintomas semelhantes a edema agudo de pulmão.

Diagnóstico da insuficiência mitral

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e ausculta cardíaca, na qual o médico pode identificar um sopro característico. Exames complementares são fundamentais para confirmar a suspeita:

  • Ecocardiograma transtorácico (principal exame diagnóstico);
  • Ecocardiograma transesofágico, para casos complexos e para visualização mais adequada de certas estruturas do coração;
  • Eletrocardiograma e raio-x de tórax, para avaliar repercussões;
  • Ressonância magnética cardíaca, quando necessário;
  • Cateterismo cardíaco, em casos de cirurgia programada e para a resolução de dúvidas entre o exame clínico e outros exames complementares, como o ecocardiograma.

Quando a insuficiência mitral exige tratamento?

Nem todos os casos precisam de intervenção imediata. O tratamento depende da gravidade da insuficiência mitral, dos sintomas e da função ventricular.

Tratamento clínico

É indicado nos casos leves ou em pacientes que ainda não apresentam sintomas. Pode incluir:

  • Diuréticos (para aliviar a congestão);
  • Vasodilatadores;
  • Betabloqueadores;
  • Tratamento das causas associadas, como hipertensão ou fibrilação atrial.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia está indicada nos seguintes cenários:

  • Insuficiência mitral moderada ou grave com sintomas;
  • Comprometimento progressivo da função do ventrículo esquerdo;
  • Refluxo importante com dilatação ventricular;
  • Casos agudos com instabilidade clínica.
  • Aumento documentado das pressões da circulação dos pulmões, ou surgimento de arritmias – especialmente a fibrilação atrial – decorrentes da sobrecarga causada pela insuficiência mitral.

A cirurgia pode ser feita por:

  • Reparo cirúrgico da válvula mitral (preferido sempre que possível);
  • Troca valvar, com prótese biológica ou mecânica, quando o reparo não é viável.
  • Reparo transcateter da válvula mitral (clipagem da valva mitral), quando não há condições clínicas adequadas para o procedimento cirúrgico, ou em caso de regurgitação mitral funcional (secundária à disfunção do ventrículo esquerdo).

Técnicas modernas: válvula mitral por cateter

Nos últimos anos, surgiram alternativas menos invasivas para o tratamento da insuficiência mitral, como o implante de clip mitral (MitraClip® ou Pascal®), especialmente indicado para pacientes com risco cirúrgico elevado, ou em casos de insuficiência mitral secundária à dilatação grave do ventrículo esquerdo (insuficiência cardíaca), quando o paciente permanece sintomático apesar do tratamento clínico adequado e otimizado. Esse procedimento é realizado por cateterismo, sem necessidade de cirurgia aberta, e tem mostrado bons resultados em centros especializados.

Monitoramento e acompanhamento

Após o diagnóstico, é fundamental o acompanhamento regular com cardiologista, mesmo nos casos que não exigem cirurgia imediata, porque o controle rigoroso dos fatores de risco, como hipertensão, arritmias e doenças coronarianas, ajuda a retardar a progressão da insuficiência mitral.

Um olhar para o futuro

Avanços em imagem cardíaca, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e terapias por cateter vêm revolucionando o tratamento da insuficiência mitral, pois, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível manter boa qualidade de vida e evitar complicações graves.

Neste cenário, é importante manter o acompanhamento com seu cardiologista, que irá solicitar exames seriados, com intervalos adequados à sua condição clínica e ao estágio da insuficiência mitral, indicando o tratamento no momento apropriado, antes que sequelas graves se instalem.


Insuficiência mitral exige diagnóstico e tratamento precisos

A insuficiência mitral é uma condição que pode evoluir de forma silenciosa, mas trazer impactos significativos à saúde cardíaca se não for tratada adequadamente. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado fazem toda a diferença no prognóstico do paciente.

Então, se você apresenta sintomas como cansaço excessivo, falta de ar ou possui histórico familiar de doenças valvares, agende uma consulta no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Afinal, nossa equipe é referência em cardiologia, com profissionais experientes, estrutura de ponta e abordagem humanizada em cada atendimento.

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Até a próxima leitura!

Infarto em jovens: riscos ignorados e como prevenir

O infarto em jovens deixou de ser raro. Afinal, cada vez mais, pessoas com menos de 45 anos têm sido diagnosticadas com infarto agudo do miocárdio, muitas vezes sem apresentar sintomas clássicos. Isso revela um cenário preocupante: fatores de risco silenciosos estão sendo negligenciados, e os sinais e sintomas muitas vezes são ignorados ou pouco valorizados em pacientes mais jovens.

Então, neste artigo, você vai entender por que o infarto em jovens está aumentando, quais fatores contribuem para isso e como prevenir esse problema de forma eficaz, com base nas mais recentes evidências científicas.

O que é infarto agudo do miocárdio?

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando uma ou mais artérias coronárias são obstruídas, interrompendo completamente ou quase completamente o fluxo de sangue ao músculo cardíaco. Na maior parte das vezes, existe uma placa de ateroma (gordura) em uma ou mais artérias do coração, sobre a qual se forma um coágulo, ocluindo assim o fluxo sanguíneo. Sem oxigênio, desta forma, parte do coração sofre lesão irreversível.

Assim, tradicionalmente associado a idosos, o infarto hoje preocupa também faixas etárias mais jovens, muitas vezes com quadros graves e inesperados.

Infarto em jovens: por que está aumentando?

Estudos apontam um crescimento preocupante dos casos de infarto em jovens nas últimas décadas. Esse fenômeno tem múltiplas causas, com destaque para mudanças no estilo de vida e fatores ambientais.

Entre os principais fatores de risco para infarto em jovens estão:

  • Tabagismo ativo ou passivo
  • Sedentarismo e obesidade
  • Estresse crônico e distúrbios emocionais
  • Uso de anabolizantes ou drogas ilícitas
  • Hipertensão arterial precoce
  • Colesterol elevado desde a adolescência
  • Histórico familiar de doença cardiovascular precoce
  • Alimentação inadequada

Além disso, o diagnóstico tardio é um problema. Muitas vezes, os sintomas são ignorados ou confundidos com ansiedade, dor muscular ou desconfortos inespecíficos. Além disso, boa parte das idas aos pronto-socorros são motivadas pelos sintomas de dor torácica e dispnéia, que muitas vezes dificultam o diagnóstico, especialmente em indivíduos jovens e sem muitos fatores de risco.

Os sinais do infarto em jovens

Os sintomas do infarto em jovens podem ser atípicos, o que dificulta o diagnóstico. Mesmo assim, alguns sinais de alerta merecem atenção:

  • Dor ou pressão no peito (mesmo que leve), com possível irradiação para os braços, região do estômago e até mesmo pescoço e arcada dentária
  • Fadiga intensa e repentina
  • Falta de ar, mesmo em repouso
  • Palpitações e tontura, associados a palidez
  • Náuseas ou suor excessivo sem causa aparente

A qualquer sinal suspeito, é essencial procurar atendimento médico imediatamente, pois o tempo é crucial para evitar danos maiores ao coração. Dessa forma, no pronto atendimento, a equipe médica poderá realizar imediatamente exames rápidos e simples, como o ECG e as dosagens sanguíneas de marcadores cardíacos, que permitem o diagnóstico e tratamento rápido.

Como prevenir o infarto em jovens?

A boa notícia é que grande parte dos casos pode ser prevenida com medidas simples e eficazes:

1. Mantenha hábitos saudáveis
Alimente-se bem, evite alimentos ultraprocessados, pratique atividade física regularmente e durma bem. Busque um peso adequado, com índice de massa corporal de até 25 Kg/m2.

2. Faça check-ups periódicos
Avalie pressão arterial, colesterol, glicemia e outros indicadores importantes, além de um exame clínico completo e detalhado, mesmo sem sintomas.

3. Cuide da saúde emocional
O estresse crônico, ansiedade e depressão aumentam o risco de doenças cardíacas.

4. Abandone o cigarro e evite álcool em excesso
Esses fatores elevam drasticamente o risco cardiovascular.

5. Converse com seu cardiologista sobre histórico familiar
Doenças cardíacas hereditárias exigem vigilância precoce.


Infarto em jovens exige atenção e ação precoce!

Ignorar os riscos do infarto em jovens é um erro com consequências graves. Prevenir é sempre o melhor caminho, e isso começa com informação, cuidado e acompanhamento médico.

Se você tem histórico familiar, sintomas suspeitos ou deseja saber como anda a saúde do seu coração, agende uma consulta no Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Nossa equipe está pronta para cuidar de você com excelência, tecnologia e acolhimento. O Hospital Madre Teresa é pioneiro em Belo Horizonte no desenvolvimento de protocolos de atendimento à Dor Torácica, e de fluxos assistenciais rápidos e eficientes para pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio. Além disso, também somos pioneiros em Hemodinâmica, contando com equipe altamente qualificada e equipamentos da mais alta tecnologia para tratamento do infarto e suas complicações.

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Até o próximo! 

Marcapasso ou CDI? Quando cada um é indicado

O avanço da medicina cardiovascular trouxe dispositivos capazes de salvar vidas e melhorar muito a qualidade de vida de pessoas com problemas cardíacos. Assim, entre esses dispositivos, dois geram bastante dúvida: marcapasso e CDI (cardiodesfibrilador implantável).

Apesar de ambos serem aparelhos implantáveis que atuam diretamente no coração, marcapasso ou CDI, saber quando cada um é indicado ainda gera muitas dúvidas. Esses dispositivos têm funções, indicações e objetivos diferentes. Entender essas diferenças é essencial para que pacientes, familiares e até profissionais de saúde saibam quando cada um é necessário.

Então, neste artigo, você entenderá de forma clara e objetiva as diferenças entre marcapasso e CDI, suas indicações e como eles atuam na proteção da saúde cardíaca.

O que é e para que serve o marcapasso?

O marcapasso é um dispositivo eletrônico implantado sob a pele, geralmente na região do tórax, que emite pequenos impulsos elétricos para o coração. Isto é, sua principal função é corrigir batimentos cardíacos lentos ou irregulares.

Quando o coração bate mais devagar do que deveria (bradicardia) ou faz longas pausas, o marcapasso entra em ação para garantir um ritmo adequado, protegendo contra desmaios, tonturas e até morte súbita. Mais recentemente, marcapassos miniaturizados foram desenvolvidos para situações especiais, e estes dispositivos ficam apenas dentro do coração, sem um gerador externo implantado sob a pele.

Quando o marcapasso é indicado?

  • Bradicardia persistente: quando o coração bate muito devagar.
  • Bloqueios atrioventriculares: falhas na condução elétrica entre as câmaras do coração.
  • Síndrome do nó sinusal: mau funcionamento do marcapasso natural do coração.
  • Pausas cardíacas: quando o coração faz paradas momentâneas perigosas.
  • Algumas doenças degenerativas do sistema elétrico do coração.

O que é e para que serve o CDI?

O CDI (Cardiodesfibrilador Implantável) é um dispositivo semelhante ao marcapasso, mas com uma função muito mais poderosa: ele detecta e trata arritmias cardíacas graves, que podem levar à morte súbita.

Se o coração começa a bater muito rápido e de forma desordenada, como na taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, o CDI libera um choque elétrico que restabelece o ritmo normal e salva a vida do paciente imediatamente. O dispositivo é uma das estratégias com maior impacto sobre a mortalidade de pacientes com cardiopatias graves, especialmente a insuficiência cardíaca decorrente de isquemia do coração (infarto, angina, etc.).

Além disso, o CDI também pode funcionar como marcapasso quando o coração apresenta bradicardia.

Quando o CDI é indicado?

  • Histórico de parada cardíaca recuperada.
  • Taquicardia ventricular sustentada (TVS).
  • Fibrilação ventricular.
  • Miocardiopatia dilatada, isquêmica ou não isquêmica, com fração de ejeção baixa (<35%).
  • Alto risco de morte súbita por arritmias ventriculares malignas.
  • Síndromes genéticas, como síndrome do QT longo, síndrome de Brugada ou displasia arritmogênica do ventrículo direito.

Diferenças entre marcapasso e CDI: entenda de forma simples

CaracterísticaMarcapassoCDI
Função principalCorrige batimentos lentos (bradicardia)Trata arritmias graves (taquicardias, FV)
Atua em Ritmos lentos e pausasRitmos rápidos e perigosos
Oferece choque?NãoSim, quando necessário
Também funciona como marcapasso? NãoSim, se houver bradicardia
ObjetivoManter frequência adequadaPrevenir morte súbita por arritmias graves
Indicação principalBloqueios, pausas, bradicardiasTaquicardias ventriculares, FV, alto risco

Quais exames definem a indicação?

A decisão entre implantar um marcapasso ou um CDI envolve uma avaliação rigorosa feita pelo cardiologista ou eletrofisiologista. Os exames mais comuns para essa decisão são:

  • Eletrocardiograma (ECG) – avalia o ritmo do coração.
  • Holter 24h – monitora o ritmo cardíaco durante um dia inteiro, avaliando a ocorrência de arritmias muitas vezes não detectáveis com o simples exame clínico ou o ECG de repouso.
  • Estudo eletrofisiológico (EEF) – estuda o sistema elétrico do coração de forma invasiva e, com a estimulação por cateteres, tenta-se detectar e desencadear arritmias potencialmente graves.
  • Ecocardiograma – avalia a estrutura e função do coração, através de um ultrassom com alta definição.
  • Ressonância cardíaca – fornece imagens detalhadas do músculo cardíaco, além de avaliar a sua função como bomba (dos ventrículos), a dinâmica das válvulas e processos de inflamação e fibrose, que pode aumentar o risco de arritmias.
  • Testes genéticos e de estratificação de risco, principalmente em casos de doenças hereditárias.

Marcapasso ou CDI: o que muda após a implantação?

Tanto o marcapasso quanto o CDI são dispositivos modernos, pequenos e seguros. Após a implantação, o paciente volta a ter uma vida praticamente normal, com algumas recomendações:

  • Evitar campos magnéticos muito fortes.
  • Informar que possui o dispositivo em consultas, aeroportos e emergências.
  • Fazer acompanhamento regular com o cardiologista.
  • Realizar telemonitoramento, quando disponível.

O CDI, em especial, pode gerar ansiedade por conta dos choques, que são desconfortáveis, mas vitais. O uso rigoroso de medicamentos e as mudanças no estilo de vida ajudam a minimizar ou até mesmo evitar esses episódios Além disso, o tratamento por cateter (ablação) pode reduzir a quantidade de arritmias, mesmo naqueles pacientes portadores do CDI. Parte do acompanhamento após o implante deste tipo de dispositivo envolve também suporte psicológico quando necessário.

Cuidar do coração é proteger sua vida

Identificar a indicação do marcapasso ou CDI ajuda a prevenir complicações graves, como síncopes, insuficiência cardíaca e até morte súbita.

Se você tem alterações no ritmo cardíaco ou fatores de risco para arritmias, procure o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa. Especialistas da nossa equipe diagnosticam, acompanham e realizam implantes de dispositivos cardíacos com tecnologia de ponta e cuidado humanizado

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Arteriosclerose e aterosclerose: entenda as diferenças

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte no mundo, e entender as condições que afetam as artérias é essencial para prevenir complicações graves. Dois termos frequentemente confundidos são arteriosclerose e aterosclerose. Embora estejam relacionados e afetem os vasos sanguíneos, eles têm diferenças importantes que influenciam o diagnóstico e o tratamento.

Neste artigo, vamos explicar as diferenças entre arteriosclerose e aterosclerose, como elas se desenvolvem e quais são os tratamentos mais adequados para cada condição.

Arteriosclerose vs. aterosclerose: diferenças e tratamentos adequados

O que é arteriosclerose?

A arteriosclerose é um termo genérico usado para descrever o endurecimento e espessamento das paredes das artérias. Assim, esse processo ocorre naturalmente com o envelhecimento, mas pode ser acelerado por fatores como pressão alta, tabagismo e colesterol elevado. Muitas vezes, a arteriosclerose pode acelerar processos, como o desenvolvimento e piora da hipertensão, e da própria aterosclerose, dentre outros.

Com o tempo, as artérias perdem a elasticidade, tornando-se mais rígidas e estreitas, o que dificulta o fluxo sanguíneo adequado para os órgãos e tecidos do corpo. Esse processo aumenta o risco de problemas cardiovasculares, especialmente em pessoas idosas.

A arteriosclerose pode afetar qualquer artéria do corpo, mas é mais comum nas artérias coronárias (que levam sangue ao coração), cerebrais (que alimentam o cérebro) e periféricas (que irrigam os membros).

O que é aterosclerose?

A aterosclerose é um tipo específico de arteriosclerose caracterizado pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol, cálcio e outras substâncias nas paredes das artérias. Esse acúmulo forma depósitos chamados placas ateroscleróticas, que podem restringir o fluxo sanguíneo ou até bloqueá-lo completamente. As placas ateroscleróticas têm diferentes conteúdos, como principalmente lipídios (gorduras), células inflamatórias e tecido conjuntivo, e podem ser mais ou menos suscetíveis à ruptura (e consequentemente complicações como o infarto e o AVC) dependendo de sua constituição e estabilidade. Além de promoverem a formação da aterosclerose, os fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes, colesterol, tabagismo, etc.) podem também contribuir para a instabilização das placas de aterosclerose, levando a eventos mais graves.

A aterosclerose é uma condição progressiva que se desenvolve ao longo de muitos anos. É a principal causa de várias doenças cardiovasculares, incluindo:

  • Doença arterial coronariana (DAC) – quando as placas afetam as artérias que irrigam o coração.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) – quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido.
  • Doença arterial periférica (DAP) – quando ocorre obstrução em artérias dos membros inferiores.

Essa condição é mais perigosa do que a arteriosclerose em si porque as placas podem se romper, e neste processo de instabilização formam-se coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo de forma súbita, levando a infartos e AVCs.

Diferenças entre arteriosclerose e aterosclerose

Embora ambos os termos se refiram a problemas nas artérias, existem diferenças importantes entre eles:

CaracterísticaArterioscleroseAterosclerose
DefiniçãoEndurecimento e espessamento das paredes arteriais.Acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias.
Causa principalEnvelhecimento natural, hipertensão e tabagismo.Colesterol alto, hipertensão, tabagismo, diabetes.
Tipos afetadosTodas as artérias do corpo.Principalmente artérias coronárias, cerebrais e periféricas.
ConsequênciasRedução da elasticidade e fluxo sanguíneo.Obstrução do fluxo sanguíneo, infartos e AVCs.
TratamentoControle de fatores de risco e medicamentos.Mudanças no estilo de vida, medicamentos e procedimentos cirúrgicos.

Principais sintomas e sinais de alerta

Em muitos casos, a arteriosclerose e a aterosclerose podem ser silenciosas, sem sintomas perceptíveis até que a obstrução do fluxo sanguíneo seja significativa. Os principais sinais de alerta incluem:

  • Dor no peito (angina) – quando o coração não recebe sangue suficiente, manifestando principalmente nos momentos de esforço e estresse.
  • Falta de ar – principalmente ao realizar atividades físicas.
  • Fadiga e tontura – devido à falta de oxigenação adequada.
  • Dor nas pernas ou nos braços – geralmente associada à doença arterial periférica.
  • Dificuldade para falar ou movimentar partes do corpo – que pode indicar um AVC, uma condição de extrema gravidade.

Se você apresentar algum desses sintomas, é essencial procurar ajuda médica imediatamente para uma avaliação detalhada.

Diagnóstico e exames recomendados

O diagnóstico de arteriosclerose e aterosclerose envolve uma série de exames clínicos e laboratoriais para avaliar o fluxo sanguíneo e a saúde das artérias. Então, os principais exames incluem:

  • Eletrocardiograma (ECG) – Avalia a atividade elétrica do coração.
  • Teste ergométrico (teste de esforço) – Monitora o funcionamento cardíaco durante exercícios.
  • Cintilografia miocárdica – avalia a perfusão (fluxo de sangue) no coração, através da difusão de medicamentos radioativos que indicam regiões onde possam haver obstruções das artérias coronárias.
  • Ecocardiograma – Permite visualizar a estrutura e o funcionamento do coração.
  • Angiotomografia coronariana – Detecta obstruções nas artérias.
  • Ultrassom Doppler – Avalia o fluxo sanguíneo em artérias periféricas.
  • Exames de sangue – Identificam níveis elevados de colesterol e marcadores inflamatórios.
  • Cateterismo cardíaco – é o método padrão para a identificação das placas de aterosclerose nas coronárias, através de uma punção e introdução de um cateter que injeta contraste nestas artérias, que são filmadas através de raio-X.
  • Arteriografias – exames parecidos com o cateterismo, mas que buscam avaliar obstruções e outras artérias fora do coração, como as carótidas, artérias dos membros inferiores e do sistema digestivo.

Esses exames ajudam os médicos a identificar precocemente as condições e recomendar tratamentos apropriados.

Tratamentos adequados para arteriosclerose e aterosclerose

O tratamento dessas condições envolve mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e, quando necessário, procedimentos cirúrgicos.

Mudanças no estilo de vida:

  • Alimentação saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas.
  • Prática regular de exercícios físicos.
  • Controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e glicemia.
  • Parar de fumar e evitar o consumo excessivo de álcool.

Medicamentos:

  • Estatinas para controlar o colesterol.
  • Anticoagulantes e antiplaquetários para prevenir a formação de coágulos.
  • Betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio para reduzir a pressão arterial.

Procedimentos médicos:

  • Angioplastia coronária – Inserção de stents para desobstruir artérias bloqueadas.
  • Cirurgia de revascularização miocárdica (pontes de safena ou mamária) – Desvia o fluxo sanguíneo ao redor das artérias bloqueadas.

Cuidar das artérias é fundamental para evitar complicações

A arteriosclerose e a aterosclerose podem ser prevenidas e tratadas quando diagnosticadas precocemente. Desse modo, manter hábitos saudáveis e consultar regularmente um cardiologista são passos essenciais para evitar complicações graves.

Se você apresenta fatores de risco ou sintomas relacionados a essas condições, o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece atendimento especializado e exames avançados para o diagnóstico e tratamento. Agende sua consulta pelo site e cuide da saúde do seu coração com quem entende do assunto.

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O que é angina? Tipos, sintomas e quando se preocupar

O que é angina? Tipos, sintomas e quando se preocupar
O que é angina? Tipos, sintomas e quando se preocupar

A dor no peito é sempre um sinal de alerta, mas nem sempre significa um infarto. Em muitos casos, trata-se de angina, um sintoma causado pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Esse problema pode indicar um risco aumentado de doenças cardiovasculares e merece atenção. Além disso, os sintomas de angina podem preceder eventos mais graves, como o infarto agudo do miocárdio.

A angina pode se manifestar de diferentes formas, desde um leve desconforto até uma dor intensa. Saber reconhecer os sintomas e entender os diferentes tipos dessa condição ajuda a buscar o tratamento correto e evitar complicações graves. Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre a angina, seus sinais, diagnóstico e as melhores opções de tratamento.

O que é angina e por que acontece?

A angina é uma dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Esse sintoma ocorre quando as artérias coronárias, responsáveis por levar sangue e oxigênio ao músculo cardíaco, estão estreitadas ou bloqueadas. A condição geralmente está associada à doença arterial coronariana e pode indicar um risco aumentado de infarto, especialmente quando tem piora em sua intensidade e frequência.

Embora muitas pessoas associem a angina a uma dor intensa e repentina no peito, ela pode se manifestar de diferentes formas, incluindo desconforto, aperto, peso ou sensação de queimação. Muitas vezes, os sintomas se acompanham de manifestações como falta de ar, sensação de náusea, suor frio e palpitações. Em certos grupos, como idosos, diabéticos e mulheres, os sintomas podem ser mais mal definidos, conhecidos como “atípicos”. Identificar os sinais corretamente e buscar atendimento médico o quanto antes pode ser essencial para evitar complicações graves.

Quais são os tipos de angina?

A angina pode se apresentar de diferentes maneiras, sendo classificada em quatro principais tipos. Cada um deles tem características específicas que ajudam no diagnóstico e no tratamento adequado.

Angina estável

Esse é o tipo mais comum e ocorre quando o coração precisa trabalhar mais do que o normal, como durante o esforço físico ou momentos de estresse. A dor segue um padrão previsível, em momentos de esforço físico ou estresse emocional, e desaparece com repouso ou com o uso de medicação, como os nitratos (ex.: isordil, etc.).

Angina instável

Esse tipo de angina é mais perigoso, pois pode surgir sem motivo aparente, mesmo em repouso, e não segue um padrão específico. A dor pode ser mais intensa e prolongada, não melhorando com o uso de medicamentos convencionais. Além disso, ela pode se manifestar como uma angina em crescendo, ou seja: que começa a surgir a esforços progressivamente menores, e com intensidade progressivamente maior, sugerindo a “instabilização” de uma placa de ateroma das artérias coronárias. A angina instável pode ser um sinal de infarto iminente, exigindo atendimento médico imediato.

Angina variante (Prinzmetal)

Mais rara, a angina variante ocorre devido a um espasmo nas artérias coronárias, que reduz temporariamente o fluxo sanguíneo para o coração. Ela pode acontecer em repouso e, muitas vezes, durante a noite ou pela manhã.

Angina microvascular

Esse tipo de angina afeta os pequenos vasos sanguíneos do coração e, por isso, nem sempre aparece em exames tradicionais. Em um exame como a angiotomografia das coronárias, ou mesmo no cateterismo cardíaco, as grandes artérias coronárias do coração não têm lesões identificáveis, mas a micro-circulação está comprometida. É mais comum em mulheres e pode estar associada a fatores como estresse emocional e inflamações.

Sintomas da angina: como reconhecer o problema?

Os sintomas da angina podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem algum tipo de desconforto no peito. Entre os sinais mais comuns, estão:

  • Dor ou aperto no peito, que pode se espalhar para o braço (principalmente esquerdo, mas também podendo caminhar para o direito), pescoço, mandíbula ou costas
  • Sensação de peso ou queimação no peito
  • Falta de ar, especialmente após esforço físico
  • Suor frio e tontura
  • Náusea ou fadiga incomum

Em alguns casos, principalmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, os sintomas podem ser atípicos, manifestando-se apenas como cansaço extremo ou desconforto no estômago.

Quando a angina é um sinal de alerta?

Se a dor no peito for intensa, durar mais de 10 minutos, não melhorar com repouso ou vier acompanhada de dificuldade para respirar, suor excessivo e sensação de desmaio, procure ajuda médica imediatamente. Esses sintomas podem indicar um infarto em andamento.

Além disso, se a frequência e a intensidade da angina aumentarem com o tempo, é essencial buscar avaliação de um cardiologista para um diagnóstico preciso e ajustes no tratamento. Finalmente, quando a angina ocorre em indivíduos com alto risco cardiovascular (vários fatores de risco e comorbidades), com história prévia de doença coronariana ou de procedimentos coronarianos, e naqueles mais idosos, ela costuma ser mais grave.

Como é feito o diagnóstico da angina?

O diagnóstico da angina envolve uma avaliação clínica detalhada e exames para analisar a circulação sanguínea no coração. Os testes mais utilizados incluem:

  • Eletrocardiograma (ECG) – avalia a atividade elétrica do coração
  • Teste ergométrico (teste de esforço) – monitora a resposta do coração durante o exercício
  • Ecocardiograma – analisa a estrutura e o funcionamento do coração
  • Angiotomografia coronariana – avalia a anatomia das coronárias de forma não invasiva, em um exame de tomografia.
  • Angiografia coronariana (cateterismo cardíaco) – identifica possíveis obstruções nas artérias, com a possibilidade de tratamento com angioplastia (stents, balões).

Esses exames ajudam o médico a determinar o tipo de angina e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

Tratamentos para angina: como aliviar os sintomas e prevenir complicações

O tratamento da angina pode envolver mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, procedimentos médicos para melhorar a circulação sanguínea no coração.

Mudanças no estilo de vida

Adotar hábitos saudáveis pode reduzir a frequência e a intensidade das crises de angina. Entre as principais recomendações estão:

  • Controlar a pressão arterial e o colesterol
  • Parar de fumar
  • Manter uma alimentação equilibrada
  • Praticar exercícios físicos regularmente
  • Reduzir o estresse e evitar esforços excessivos

Uso de medicamentos

Os remédios mais utilizados no tratamento da angina incluem:

  • Nitratos (como a nitroglicerina) – dilatam os vasos sanguíneos, aliviando a dor no peito
  • Betabloqueadores – reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial
  • Bloqueadores dos canais de cálcio – ajudam a relaxar as artérias e melhoram o fluxo sanguíneo
  • Estatinas – controlam os níveis de colesterol para prevenir novas obstruções
  • Anticoagulantes e antiagregantes plaquetários – evitam a formação de coágulos que podem obstruir as artérias

Procedimentos médicos

Nos casos mais graves, quando os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas, podem ser indicados procedimentos como:

  • Angioplastia coronária – um cateter com um balão é inserido na artéria para desobstruí-la, e um stent pode ser colocado para manter o vaso aberto
  • Cirurgia de revascularização miocárdica (pontes de safena ou mamária) – desvia o fluxo sanguíneo ao redor das artérias bloqueadas, garantindo melhor irrigação do coração

A angina é um sinal de que o coração não está recebendo sangue suficiente e pode indicar um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Identificar os sintomas precocemente e buscar atendimento médico são passos fundamentais para prevenir complicações.

Se você tem angina ou apresenta dores no peito frequentes, o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece atendimento especializado e exames de alta precisão. Agende uma consulta pelo site cardiologiahmt.com.br e cuide da sua saúde cardíaca com quem entende do assunto.

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Insuficiência cardíaca: sintomas, diagnóstico e tratamentos

A insuficiência cardíaca é uma das condições mais desafiadoras da cardiologia moderna. Caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente para todo o corpo, ou quando este bombeamento acontece com uma sobrecarga muito grande das câmaras do coração, essa doença afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Os sintomas podem surgir de forma discreta, mas, sem tratamento adequado, podem levar a complicações graves e até fatais.

Muitas pessoas associam insuficiência cardíaca apenas à fadiga e ao cansaço extremo, mas há outros sinais importantes que não devem ser ignorados. Edema nas pernas, falta de ar ao realizar atividades simples, arritmias e aumento da frequência cardíaca são sintomas que merecem atenção. Além disso, é fundamental entender as causas e como diagnosticar precocemente para iniciar o tratamento adequado.

Insuficiência Cardíaca: sintomas, diagnósticos e novos tratamentos

Os principais sintomas da insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca pode se manifestar de diferentes formas, dependendo do estágio da doença. Entre os principais sintomas, destacam-se:

Falta de ar progressiva

O sintoma mais comum da insuficiência cardíaca é a dispneia, ou seja, a dificuldade para respirar. Inicialmente, essa sensação ocorre após esforço físico, mas, com o tempo, pode surgir até mesmo em repouso. Algumas pessoas também relatam desconforto ao deitar, sentindo necessidade de se sentar para respirar melhor. Algumas vezes, sintomas atípicos, como tosse seca, especialmente ao se deitar ou ao esforço físico, podem também ocorrer.

Inchaço e retenção de líquidos

Outro sinal comum é o inchaço nos tornozelos e pernas, causado pelo acúmulo de líquido no corpo. Em estágios mais avançados, esse edema pode atingir o abdômen, causando sensação de peso e desconforto. Podem surgir até mesmo sintomas muito avançados, como acúmulo de líquido no abdome (ascite), e sinais de retenção de líquido em outros órgãos, como no sistema digestivo, que podem causar sensação de empachamento, dificuldade em se alimentar e distúrbios digestivos.

Cansaço extremo e palpitações

A sensação de fadiga constante é um dos principais sinais da insuficiência cardíaca. O coração tem dificuldade em bombear sangue suficiente para o corpo, reduzindo a oxigenação dos músculos e causando cansaço. Além disso, muitas pessoas relatam palpitações ou batimentos cardíacos irregulares, que podem estar associados a arritmias cardíacas, comuns na insuficiência cardíaca. Os jovens, muitas vezes, podem demorar a observar os sintomas, pelo seu melhor condicionamento físico. Desta forma, qualquer mudança na tolerância aos esforços deve ser observada.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da insuficiência cardíaca envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais. Entre os principais exames utilizados pelos cardiologistas, destacam-se:

Eletrocardiograma e ecocardiograma

O eletrocardiograma avalia a atividade elétrica do coração e pode indicar alterações que sugerem insuficiência cardíaca. Já o ecocardiograma, uma forma de ultrassom do coração, é essencial para analisar a estrutura e a função cardíaca, permitindo a identificação de problemas no bombeamento do sangue.

Exames de sangue e teste de esforço

Os exames laboratoriais podem revelar biomarcadores, como o NT-proBNP, que auxiliam na detecção da insuficiência cardíaca. Além disso, testes de esforço avaliam como o coração se comporta durante atividades físicas, ajudando a determinar a gravidade da condição, e a tolerância do paciente aos esforços. Esta tolerância é um importante fator relacionado ao prognóstico da doença, e à indicação de tratamentos específicos.

Novos tratamentos para insuficiência cardíaca

Nos últimos anos, a cardiologia tem avançado significativamente no tratamento da insuficiência cardíaca. Novas classes de medicamentos e abordagens terapêuticas estão transformando a forma como essa doença é tratada.

Inibidores de SGLT2: uma revolução no tratamento

Os inibidores do cotransportador de sódio e glicose tipo 2 (SGLT2) são medicamentos inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes, mas que demonstraram grande eficácia na insuficiência cardíaca. Eles ajudam a reduzir a sobrecarga de líquidos no coração e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.

Terapia com dispositivos cardíacos

Pacientes com insuficiência cardíaca avançada podem se beneficiar de dispositivos como marcapassos ressincronizadores e desfibriladores implantáveis. Esses aparelhos ajudam a regular os batimentos cardíacos e reduzem o risco de complicações graves. Mais recentemente, novas modalidades de marcapasso, com estimulação específica de certas regiões do sistema de condução elétrica do coração, podem trazer benefícios adicionais para pacientes com insuficiência cardíaca.

Tratamento invasivo de arritmias

O tratamento de algumas arritmias, como principalmente a fibrilação atrial, pode trazer benefícios adicionais para pacientes com insuficiência cardíaca. Procedimentos minimamente invasivos, como o Estudo Eletrofisiológico, pode proporcionar o tratamento definitivo de arritmias por ablação, melhorando a qualidade de vida e o prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca.

Transplante cardíaco: última opção

Para pacientes com insuficiência cardíaca terminal, o transplante de coração pode ser a única solução viável. Embora seja um procedimento complexo, tem se tornado uma alternativa cada vez mais eficaz para casos selecionados, com doença avançada e que não responde mais adequadamente aos outros tratamentos.

Prevenção: o melhor caminho para um coração saudável

A melhor maneira de evitar a insuficiência cardíaca é cuidar da saúde cardiovascular desde cedo. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e controlar fatores de risco, como hipertensão e diabetes, são atitudes fundamentais para preservar a função do coração.

Se você apresenta sintomas de insuficiência cardíaca ou deseja realizar um check-up cardiológico, o Centro de Cardiologia do Hospital Madre Teresa oferece atendimento especializado e exames de última geração. Agende uma consulta através do site cardiologiahmt.com.br e cuide do seu coração com quem entende do assunto!

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Até a próxima!

Embolia Pulmonar

Dr. Walter Rabelo
Email:
wrabelo@cardiol.br

Acompanhamento ideal após embolia pulmonar aguda: um documento de posição do Grupo de Trabalho da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre Circulação Pulmonar e Função Ventricular Direito, em colaboração com o Grupo de Trabalho da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre Aterosclerose e Biologia Vascular, endossado pela Sociedade Respiratória Europeia