
A dor no peito é sempre um sinal de alerta, mas nem sempre significa um infarto. Em muitos casos, trata-se de angina, um sintoma causado pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Esse problema pode indicar um risco aumentado de doenças cardiovasculares e merece atenção. Além disso, os sintomas de angina podem preceder eventos mais graves, como o infarto agudo do miocárdio.
A angina pode se manifestar de diferentes formas, desde um leve desconforto até uma dor intensa. Saber reconhecer os sintomas e entender os diferentes tipos dessa condição ajuda a buscar o tratamento correto e evitar complicações graves. Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber sobre a angina, seus sinais, diagnóstico e as melhores opções de tratamento.
O que é angina e por que acontece?
A angina é uma dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Esse sintoma ocorre quando as artérias coronárias, responsáveis por levar sangue e oxigênio ao músculo cardíaco, estão estreitadas ou bloqueadas. A condição geralmente está associada à doença arterial coronariana e pode indicar um risco aumentado de infarto, especialmente quando tem piora em sua intensidade e frequência.
Embora muitas pessoas associem a angina a uma dor intensa e repentina no peito, ela pode se manifestar de diferentes formas, incluindo desconforto, aperto, peso ou sensação de queimação. Muitas vezes, os sintomas se acompanham de manifestações como falta de ar, sensação de náusea, suor frio e palpitações. Em certos grupos, como idosos, diabéticos e mulheres, os sintomas podem ser mais mal definidos, conhecidos como “atípicos”. Identificar os sinais corretamente e buscar atendimento médico o quanto antes pode ser essencial para evitar complicações graves.
Quais são os tipos de angina?
A angina pode se apresentar de diferentes maneiras, sendo classificada em quatro principais tipos. Cada um deles tem características específicas que ajudam no diagnóstico e no tratamento adequado.
Angina estável
Esse é o tipo mais comum e ocorre quando o coração precisa trabalhar mais do que o normal, como durante o esforço físico ou momentos de estresse. A dor segue um padrão previsível, em momentos de esforço físico ou estresse emocional, e desaparece com repouso ou com o uso de medicação, como os nitratos (ex.: isordil, etc.).
Angina instável
Esse tipo de angina é mais perigoso, pois pode surgir sem motivo aparente, mesmo em repouso, e não segue um padrão específico. A dor pode ser mais intensa e prolongada, não melhorando com o uso de medicamentos convencionais. Além disso, ela pode se manifestar como uma angina em crescendo, ou seja: que começa a surgir a esforços progressivamente menores, e com intensidade progressivamente maior, sugerindo a “instabilização” de uma placa de ateroma das artérias coronárias. A angina instável pode ser um sinal de infarto iminente, exigindo atendimento médico imediato.
Angina variante (Prinzmetal)
Mais rara, a angina variante ocorre devido a um espasmo nas artérias coronárias, que reduz temporariamente o fluxo sanguíneo para o coração. Ela pode acontecer em repouso e, muitas vezes, durante a noite ou pela manhã.
Angina microvascular
Esse tipo de angina afeta os pequenos vasos sanguíneos do coração e, por isso, nem sempre aparece em exames tradicionais. Em um exame como a angiotomografia das coronárias, ou mesmo no cateterismo cardíaco, as grandes artérias coronárias do coração não têm lesões identificáveis, mas a micro-circulação está comprometida. É mais comum em mulheres e pode estar associada a fatores como estresse emocional e inflamações.
Sintomas da angina: como reconhecer o problema?
Os sintomas da angina podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem algum tipo de desconforto no peito. Entre os sinais mais comuns, estão:
- Dor ou aperto no peito, que pode se espalhar para o braço (principalmente esquerdo, mas também podendo caminhar para o direito), pescoço, mandíbula ou costas
- Sensação de peso ou queimação no peito
- Falta de ar, especialmente após esforço físico
- Suor frio e tontura
- Náusea ou fadiga incomum
Em alguns casos, principalmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, os sintomas podem ser atípicos, manifestando-se apenas como cansaço extremo ou desconforto no estômago.
Quando a angina é um sinal de alerta?
Se a dor no peito for intensa, durar mais de 10 minutos, não melhorar com repouso ou vier acompanhada de dificuldade para respirar, suor excessivo e sensação de desmaio, procure ajuda médica imediatamente. Esses sintomas podem indicar um infarto em andamento.
Além disso, se a frequência e a intensidade da angina aumentarem com o tempo, é essencial buscar avaliação de um cardiologista para um diagnóstico preciso e ajustes no tratamento. Finalmente, quando a angina ocorre em indivíduos com alto risco cardiovascular (vários fatores de risco e comorbidades), com história prévia de doença coronariana ou de procedimentos coronarianos, e naqueles mais idosos, ela costuma ser mais grave.
Como é feito o diagnóstico da angina?
O diagnóstico da angina envolve uma avaliação clínica detalhada e exames para analisar a circulação sanguínea no coração. Os testes mais utilizados incluem:
- Eletrocardiograma (ECG) – avalia a atividade elétrica do coração
- Teste ergométrico (teste de esforço) – monitora a resposta do coração durante o exercício
- Ecocardiograma – analisa a estrutura e o funcionamento do coração
- Angiotomografia coronariana – avalia a anatomia das coronárias de forma não invasiva, em um exame de tomografia.
- Angiografia coronariana (cateterismo cardíaco) – identifica possíveis obstruções nas artérias, com a possibilidade de tratamento com angioplastia (stents, balões).
Esses exames ajudam o médico a determinar o tipo de angina e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Tratamentos para angina: como aliviar os sintomas e prevenir complicações
O tratamento da angina pode envolver mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, procedimentos médicos para melhorar a circulação sanguínea no coração.
Mudanças no estilo de vida
Adotar hábitos saudáveis pode reduzir a frequência e a intensidade das crises de angina. Entre as principais recomendações estão:
- Controlar a pressão arterial e o colesterol
- Parar de fumar
- Manter uma alimentação equilibrada
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Reduzir o estresse e evitar esforços excessivos
Uso de medicamentos
Os remédios mais utilizados no tratamento da angina incluem:
- Nitratos (como a nitroglicerina) – dilatam os vasos sanguíneos, aliviando a dor no peito
- Betabloqueadores – reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial
- Bloqueadores dos canais de cálcio – ajudam a relaxar as artérias e melhoram o fluxo sanguíneo
- Estatinas – controlam os níveis de colesterol para prevenir novas obstruções
- Anticoagulantes e antiagregantes plaquetários – evitam a formação de coágulos que podem obstruir as artérias
Procedimentos médicos
Nos casos mais graves, quando os medicamentos não são suficientes para controlar os sintomas, podem ser indicados procedimentos como:
- Angioplastia coronária – um cateter com um balão é inserido na artéria para desobstruí-la, e um stent pode ser colocado para manter o vaso aberto
- Cirurgia de revascularização miocárdica (pontes de safena ou mamária) – desvia o fluxo sanguíneo ao redor das artérias bloqueadas, garantindo melhor irrigação do coração
A angina é um sinal de que o coração não está recebendo sangue suficiente e pode indicar um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Identificar os sintomas precocemente e buscar atendimento médico são passos fundamentais para prevenir complicações.
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