Comparação de monoterapias antiplaquetárias após intervenção coronária percutânea de acordo com riscos clínicos, isquêmicos e de sangramento
Dr. Walter Rabelo
Email:
wrabelo@cardiol.br
Yang S, Kang J, Park KW, et al.
J Am Coll Cardiol. 2023 Oct, 82 (16) 1565–1578
O estudo HOST-EXAM mostrou que o clopidogrel em monoterapia foi superior à aspirina na terapia de manutenção crônica entre pacientes submetidos a ICP (Intervenção coronária percutâneo) após a interrupção da dupla agregação antiplaquetaria (DAPT). A análise post hoc atual desse estudo comparou aspirina versus clopidogrel em monoterapia para manutenção crônica estratificada por risco isquêmico e de sangramento. Os pacientes foram estratificados utilizando o escore de risco DAPT e TRS 2°P risk score. Os resultados mostraram que a terapia de manutenção com clopidogrel é superior à monoterapia com aspirina em todo o espectro de risco isquêmico ou hemorrágico entre pacientes do Leste Asiático.
Perguntas de estudo:
A monoterapia com clopidogrel é superior à aspirina em subgrupos específicos estratificados por risco isquêmico e hemorrágico?
Métodos:
Esta foi uma análise post hoc do estudo HOST-EXAM (Harmonizing Optimal Strategy for Treatment of Coronary Artery Stenosis – Extended Antiplatelet Monoterapia) que designou aleatoriamente pacientes que estavam livres de eventos por 6 a 18 meses após intervenção coronária percutânea (ICP) que estavam em terapia antiplaquetária dupla (DAPT) em substituição a monoterapia com clopidogrel ou aspirina. Dois escores de risco clínico foram utilizados para estratificação de risco, o escore DAPT e o escore de risco de trombólise no infarto do miocárdio para prevenção secundária (TRS 2°P, soma de idade ≥75 anos, diabetes, hipertensão, tabagismo atual, doença arterial periférica, acidente vascular cerebral , cirurgia de revascularização miocárdica, insuficiência cardíaca e disfunção renal). O desfecho primário composto foi um composto de morte por todas as causas, infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral, readmissão por síndrome coronariana aguda e sangramento grave (Tipo Bleeding Academic Research Consortium ≥3) 2 anos após a randomização.
Resultados:
Entre 5.403 pacientes, a monoterapia com clopidogrel apresentou uma taxa mais baixa de desfecho primário composto do que a monoterapia com aspirina (taxa de risco [HR], 0,73; intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,59–0,90). O benefício do clopidogrel em relação à aspirina foi consistente independentemente do TRS 2°P (grupo TRS 2°P [≥3] elevado: HR, 0,65; IC 95%, 0,44–0,96 e grupo TRS 2°P [<3] baixo: HR , 0,77; IC 95%, 0,60–0,99) (p para interação = 0,454) e independentemente da pontuação DAPT (grupo com pontuação DAPT alta [≥2]: HR, 0,68; IC 95%, 0,46–1,00 e pontuação DAPT baixa [< 2] grupo: HR, 0,75; IC 95%, 0,59–0,96) (p para interação = 0,662). A associação foi semelhante para os desfechos individuais.
Conclusões:
O efeito benéfico do clopidogrel em relação à monoterapia com aspirina foi consistente, independentemente do risco clínico ou dos riscos isquêmicos e hemorrágicos relativos, em comparação com a monoterapia com aspirina.
Perspectiva:
O ensaio clínico randomizado HOST-EXAM (ECR) mostrou que o clopidogrel em monoterapia foi superior à aspirina na terapia de manutenção crônica entre pacientes submetidos a ICP e a TAPD pós-ICP necessária. A análise post hoc atual do HOST-EXAM RCT comparou aspirina versus clopidogrel estratificado por risco isquêmico e de sangramento. Eles estratificaram os pacientes usando o escore de risco DAPT e TRS 2°P e mostraram que a terapia de manutenção com clopidogrel é superior à monoterapia com aspirina em todo o espectro de risco isquêmico ou de sangramento entre pacientes do Leste Asiático. Os resultados devem ser avaliados no contexto das limitações impostas pelo desenho do estudo retrospectivo e pela população específica (o ensaio incluiu apenas pessoas da Ásia Oriental). Mais estudos serão necessários para confirmar essas descobertas em uma população mais ampla.
Yang S, Kang J, Park KW, et al.
J Am Coll Cardiol. 2023 Oct, 82 (16) 1565–1578
Palavras-chave: Aspirina, Isquemia Miocárdica, Intervenção Coronária Percutânea, Inibidores de Agregação Plaquetária, Avaliação de Risco, Clopidogrel.
