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Diagnóstico e Gerenciamento Temporal de Pacientes com Infarto do Miocárdio na Ausência de Doença arterial Coronariana obstrutiva – Declaração Científica da American Heart Association – (MINOCA)
A seguir, os pontos-chave a serem lembrados nesta Declaração Científica da American Heart Association sobre o diagnóstico e o manejo do infarto do miocárdio na ausência de doença arterial coronariana obstrutiva (MINOCA):
- MINOCA ocorre em 5-6% dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) .
- Pacientes com MINOCA são frequentemente mais jovens, mais comum em mulheres e menos propensos a ter dislipidemia.
- O diagnóstico de MINOCA deve ser feito de acordo com a Quarta Definição Universal de IM, na ausência de doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva (sem lesão ≥50%).
- O diagnóstico de MINOCA deve excluir: 1) outras causas evidentes de troponina elevada (por exemplo, embolia pulmonar, sepse, etc.), 2) doença coronariana obstrutiva negligenciada (por exemplo, estenose distal ou pequenos ramos ocluídos) e 3) causas não-isquêmicas de lesão miocárdica ( por exemlo Miocardites).
- A doença coronariana não obstrutiva documentada por cinecoronariografia deve ser diferenciada entre pacientes com artérias coronárias normais e com mínimas irregularidades luminais (<30% de estenose) e aterosclerose coronariana leve a moderada (30% a <50%). Medidas da reserva de fluxo coronarioano (FFR) pode ser útil. A síndrome de Takotsubo deve ser considerada separadamente, uma vez que não é considerada um IM pela Quarta Definição Universal de IM.
- A ruptura não-obstrutiva da placa é comum em MINOCA e abrange a ruptura da placa, a erosão da placa e calcificações. Os autores recomendam a utilização de tomografia ou ultrassonografia intravascular em pacientes com evidência de DAC não obstrutiva por angiografia.
- O vasoespasmo coronário é outra causa comum de MINOCA, definida como maior que 90% de vasoconstrição de uma artéria coronária epicárdica resultando em comprometimento do fluxo sanguíneo coronariano.
- A técnica padrão-ouro para o diagnóstico de espasmo coronariano é a administração de bolus de acetilcolina intracoronária em altas doses, com a avaliação da cinecoronariografia.
- A disfunção microvascular coronária pode contribuir para o MINOCA e requer investigação adicional.
- A trombose coronária ou embolia podem resultar em MINOCA, com ou sem estado de hipercoagulabilidade.
- A dissecção espontânea da artéria coronária deve ser considerada como causa do MINOCA.
- O manuseio do MINOCA é baseado em evidências limitadas e não há estudos prospectivos, randomizados e controlados. Medicamentos (aspirina, estatina, betabloqueadores, clopidogrel, inibidores da enzima conversora da angiotensina / bloqueadores dos receptores da angiotensina) devem ser considerados com base no mecanismo subjacente ao MINOCA em cada indivíduo. Se houver alguma evidência de aterosclerose, os fatores de risco modificáveis para DAC devem ser tratados de forma agressiva.
- O vasoespasmo coronariano é melhor tratado com bloqueadores dos cansis de cálcio, e os benefícios dos nitratos de ação prolongada são menos claros.
- Pesquisas adicionais sobre MINOCA são necessárias para determinar a eficácia de medicamentos destinados à prevenção secundária do IAM.
Circulation. 2019; 139: e891–e908. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000670