Walter Rabelo
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Em pacientes com fibrilação atrial (FA) de alto risco e doença arterial coronária estável, a monoterapia com endoxabana, quando administrada como terapia antitrombótica de longo prazo, foi associada à melhor benefício clínico líquido do que a edoxabana mais um único agente antiplaquetário, com base nas descobertas do estudo EPIC-CAD apresentadas no Congresso ESC 2024 em Londres e publicadas simultaneamente no The New England Journal of Medicine (NEJM) .
O estudo EPIC-CAD trouxe novas perspectivas sobre o tratamento de pacientes com fibrilação atrial (FA) de alto risco e doença arterial coronariana estável. Apresentado no Congresso ESC 2024, o estudo comparou a eficácia e segurança da monoterapia com edoxabana em relação à terapia antitrombótica dupla. Os resultados revelaram que a monoterapia oferece um benefício clínico superior, especialmente em relação à redução de sangramentos.
Esse estudo é fundamental para repensarmos a abordagem terapêutica em pacientes com FA, evitando riscos adicionais enquanto mantemos a eficácia necessária no tratamento.
Comparação entre Monoterapia com Edoxabana e Terapia Antitrombótica Dupla
O estudo EPIC-CAD randomizou 1.040 pacientes na Coreia do Sul, dividindo-os em dois grupos: um recebeu monoterapia com edoxabana e o outro, terapia antitrombótica dupla (edoxabana mais um antiplaquetário). A idade média dos pacientes foi de 72,1 anos e a maioria apresentava um escore CHA2DS2-VASc de 4,3, indicando alto risco de eventos tromboembólicos.
Desfechos primários e resultados clínicos
Em 12 meses, os eventos clínicos adversos foram significativamente menores no grupo que recebeu apenas edoxabana. Apenas 6,8% dos pacientes desse grupo tiveram um evento adverso, comparado a 16,2% no grupo da terapia dupla. Além disso, a taxa de sangramento maior ou clinicamente relevante foi reduzida em mais de 65%, reforçando o benefício da monoterapia.
A Segurança da Monoterapia com Edoxabana: menos sangramento, mesmo controle de eventos isquêmicos
O principal desafio no tratamento de pacientes com FA e doença arterial coronariana estável é equilibrar a prevenção de eventos isquêmicos com a redução do risco de sangramento. A terapia antitrombótica dupla tem sido associada a uma maior incidência de sangramentos, o que compromete a segurança a longo prazo.
Menos sangramentos com Edoxabana
No grupo de monoterapia, 23 pacientes apresentaram sangramento clinicamente relevante, em comparação com 70 pacientes no grupo de terapia antitrombótica dupla. Isso representa uma razão de risco de 0,34 (IC de 95%, 0,22 a 0,53), confirmando que a monoterapia com edoxabana oferece maior segurança sem comprometer o controle de eventos tromboembólicos.
O impacto do estudo EPIC-CAD no tratamento de pacientes com FA e alto risco
Os resultados do estudo EPIC-CAD sugerem que a monoterapia com edoxabana é uma opção segura e eficaz para pacientes com fibrilação atrial de alto risco e doença coronariana estável. A redução de eventos adversos clínicos líquidos, especialmente relacionados ao sangramento, reforça a importância de considerar essa abordagem em substituição à terapia antitrombótica dupla.
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